“Não sei como pode errar essa bola”. “Caramba, como a camisa 8 joga. Eu não conhecia”. “Ótimo jogo este pela Web”.

Todas as frases acima foram retiradas de tuítes durante a rodada não da NBA ou de outro campeonato masculino, mas sim quando jogos da Liga de Basquete estavam rolando na internet. Pode parecer bobo, mas isso não existia até pouco tempo atrás, não. E aí fica a pergunta: o basquete feminino não atraía interesse porque as pessoas não gostam mesmo do esporte das meninas ou simplesmente as pessoas que poderiam passar a gostar não tinham acesso a informação/ partidas?

Ao que parece, a segunda parte da equação é a mais correta. Neste começo da LBF, os jogos têm sido exibidos, as atletas estão aparecendo e aí as redes sociais ficam ensandecidas. O meu querido Pedro Rodrigues, que faz semanalmente o Podcast Bala na Cesta comigo, sempre gosta de dizer que o melhor pro esporte é quando o jogo termina na quadra e continua nos fóruns de discussão online (sites, blogs, facebook, twitter, instagram etc.). Ele tem toda razão e isso é maravilhoso ver ocorrer na internet brasileira.

Parece meio óbvio, mas há menos de um ano o que se ouvia é que o basquete feminino tinha morrido. Não é verdade. Não era verdade. Se houve, e houve, insucessos internacionais com nossa seleção, o trabalho de base, mesmo que diminuindo, continuou. Estão aí as jovens aparecendo e o nível do campeonato está bem razoável. São 9 times e a perspectiva de melhora é bem clara, bem nítida.

Com continuidade no engajamento das redes sociais e na sequência do acompanhamento da galera que vê as partidas pela Web e pela TV (nesta temporada com a Gazeta), não há a menor dúvida que o esporte chamará cada vez mais atenção. Atletas serão mais conhecidas, clubes mais valorizados, a LBF institucionalmente mais impactante e por aí vai. É o tal do ciclo virtuoso que as empresas sempre buscam para começar a fazer a sua roda girar.

Por fim, deixo aqui o registro sobre algo interessante. A Liga de Basquete Feminino foi certificada com o selo de gestão da qualidade ISO 9001:2015. A certificação indica que os processos internos de todos os setores da LBF seguem a norma internacional do sistema de gestão da qualidade. Pode parecer pouco, mas pra uma modalidade que precisa de patrocinadores, ter um selo deste indica credibilidade, transparência e gestão avançada. Tudo o quem pretende apoiar busca.

A combinação entre gestão moderna e atuante fora de quadra e performances legais das atletas dentro das quatro linhas farão o basquete feminino voltar a ser grande. Os primeiros passos estão sendo dados.