(Jorge Bevilacqua)

O tempo passa, o tempo voa e a primeira vez que entrevistei Alana Gonçalo da Silva foi em 2009. À época com 14 anos, ela começava na modalidade e estava cheia de sonhos. Uma década depois o basquete brasileiro foi apresentado não a Alana, mas a uma apresentação de gala da agora armadora de Santo André.

Depois de passar um período nos Estados Unidos, onde treinou, jogou, estudou e se formou (isso é uma vitória pessoal lindíssima para qualquer pessoa!), Alana chegou a Santo André no começo da temporada para reencontrar Bruno Guidorizzi, um de seus técnicos na infância. Fez um Paulista bom, foi campeã com a equipe do ABC, mas vinha encontrando dificuldades neste começo de Liga de Basquete Feminino.

Mesclava atuações boas com outras não tão boas assim e estava difícil entender o seu real potencial em um campeonato profissional nacional adulto no Brasil. Aí veio a quarta-feira, 8 de maio de 2019, dia que pode ser considerado um divisor de águas pra ela em sua carreira. Contra o Ituano no Grande ABC, Alana só não fez chover.

(Jorge Bevilacqua)

A armadora de 24 anos e 1,66m terminou a partida com 31 pontos, maior marca da atual edição da LBF e obviamente a maior marca de sua carreira, 6 assistências, 3 rebotes e incríveis 33 de eficiência para liderar a sua equipe a uma importante vitória de 78-53 (o Ituano fez apenas quatro pontos no primeiro período, algo bem preocupante).

Que seja o começo de uma trajetória deste nível para Alana. Rápida, com fundamentos bem lapidados e jogando em uma equipe bem organizada, ela tem tudo pra crescer. Talvez faltasse a fagulha para acendê-la e ligá-la de vez na tomada.

Aparentemente não falta mais nada.