Seleção brasileira das Universíadas em 2013 contou com várias jogadoras da última LBF CAIXA (Arquivo pessoal/Dominick)

A Arena Kazan foi palco do confronto decisivo que eliminou a seleção brasileira da Copa do Mundo da Rússia 2018. E há exatos cinco anos, a cidade russa recebia algumas das jogadoras que disputaram a última LBF CAIXA. Na ocasião, elas representavam o Brasil nas Universíadas, principal competição universitária mundial.

No elenco havia nomes como Monica Nascimento (campeã em 2018 com o Vera Cruz Campinas),  Leila (vice pelo Sampaio), as catanduvenses Jennifer e Thaissa (fora por lesão no joelho), Leidy (Funvic/Ituano) e as andreenses Dominick e Luana. No comando da equipe, João Camargo, técnico de Blumenau e novo assistente técnico da seleção principal, que disputará o Sul-Americano em agosto na Colômbia.

Umas das pivôs daquela equipe, Dominick lembra do imponente estádio:

“A dimensão era algo sensacional, quando vi não tive ideia de quantas pessoas caberiam ali. Fiquei admirada com a estrutura e a dimensão das arquibancadas”, recorda a jogadora. “Estrutura de primeiro mundo. A abertura foi linda e emocionante”, complementa Thaissa.

A dupla mantém amizade desde os tempos em que atuaram juntas no ABC paulista e também falou das situações vividas naquele verão russo de cinco anos atrás.

“Comida tinha de tudo, mas como era muita coisa diferente, só comíamos hamburguer. Pegamos calor lá também, pois fomos nesta mesma época da Copa. O sol ia embora às 22h e 4h da manhã ou até antes ele já estava a todo vapor. Era ruim pra descansar”, lembra Thaissa.

“O idioma era algo totalmente incompreensível, tentávamos nos virar com o inglês mesmo. Não sofremos para comer porque tinha a Vila (dos atletas), onde existia muita variedade de comida. Lembro de um dia de folga que saímos para conhecer a cidade e foi maravilhoso, porque era verão e na Rússia amanhece muito cedo. Isso era algo muito estranho”, diz Dominick. A alta latitude da região do Tartaristão é o que causa os dias mais longos no verão cazanita.

Da esquerda para a direita: Dominick, Jennifer e Leidy em Kazan (Arquivo pessoal/Dominick)

O campeonato foi curto – apenas 12 dias -, mas suficiente para render algumas boas histórias, como a do teste de emergência na Vila dos Atletas que quase ‘matou’ Thaissa:

“Um dia eu estava dormindo e o alto-falante da vila começou a falar em russo por um tempo e no final falou ‘evacuation’ (evacuação, em inglês). Aquilo se repetia e a Dominick me acordou, falando que era pra gente sair de lá. Até eu entender que aquilo que falavam era ‘evacuar’, eu estava dormindo. E não é que era mesmo um teste de incêndio?”, relembra aos risos a armadora. “Se fosse algo sério, eu iria morrer porque nem dei atenção pra Dominick, que saiu correndo que nem doida” (mais risos).

“Se não fosse por mim, ela iria morrer queimada. E ela me ‘zoava’, dizendo ‘Ah, Dodô, para. Você não entende nada'” (risos), conta Dominick. “A Thaissa foi a última a sair do prédio. Sorte que era apenas um treinamento”, diz a pivô.

Os vasos sanitários de um ginásio que ficavam no chão também foram estranhos pra dupla. “Eram apenas buracos no chão, foi muito complicado. A Thaissa nao parava de rir e gritar”, diz Dominick.

Na competição, a equipe brasileira não foi longe. Vitórias contra Mali e Mongólia na campanha que terminou em 12º lugar. A cidade russa pode não trazer boas recordações esportivas para os brasileiros, mas para Thaissa e Dominick, é sinônimo de boas histórias.

“Fomos bem recebidas pelos habitantes. Muitos ficavam admirados com a cor da nossa pele”, finaliza a pivô.

A CAIXA é a patrocinadora oficial da Liga de Basquete Feminino, que organiza a LBF CAIXA. A competição tem a TV Gazeta como emissora oficial, a TV Globo, o SporTV e o globoesporte.com como parceiros de mídia oficiais, a bola oficial da Wilson e a AND1 como marca esportiva oficial.