Dona de grande currículo como fisioterapeuta da Seleção Brasileira, Milena Perroni, de 43 anos, realizou durante três anos uma grande pesquisa sobre entorse no tornozelo e usou o estudo como tese de seu doutorado como a “Investigação de medidas de prevenção em entorses de tornozelo adotadas por equipes de basquetebol de alto rendimento”.

A entorse de tornozelo é possivelmente a lesão mais comum entre os atletas que praticam basquete. Com isso, a ideia principal da pesquisa de Milena era saber se cada atleta utiliza alguma medida de prevenção para a lesão, seja tornozeleira, taping, faixas entre outros acessórios ou tipos de previdência contra a entorse.

Além disso, Milena procurou saber o número de lesões de entorse sofridas por cada atleta e também se o que os fisioterapeutas aprendem nos livros e passam de informação para estes atletas de alto rendimento são realmente plausíveis para a prevenção e diminuição desta lesão.

“Eu como fisioterapeuta vejo que precisamos unir forças para implantar programas preventivos em todas as equipes e conscientizar nossas atletas da importância da prevenção e proteção em casos de recidiva de entorse de tornozelo. Até mesmo pensando a longo prazo, quanto mais prevenção maior é a chance de uma certa gama de atletas aumentarem seu tempo de carreira”, comentou a Milena Perroni.

(Milena Perroni/Arquivo pessoal)

Fisioterapeuta realizou pesqueisa durante três anos e viajou por todo o mundo com só um objetivo: entender cada mais mais sobre o assunto de entorse no tornozelo (Milena Perroni/Arquivo pessoal)

Nestes três anos de muita pesquisa sobre o assunto, Milena passou por todos os cinco continentes do mundo e esteve presente em 19 países diferentes. Ao todo, a fisioterapeuta da Seleção Brasileira conversou, avaliou e ouviu histórias de 256 atletas diferentes.

O resultado final da pesquisa mostrou que realmente não existe consenso e também não existem programas preventivos em nível mundial para a entorse. Os estudos mostraram que
os atletas que usam alguma proteção realmente diminuem a frequência da lesão, porém nem todos os atletas sabem a melhor forma de usar.

“Realizar esta pesquisa não foi nenhum pouco fácil, pois muitas equipes não querem participar, até mesmo por terem medo de passar algum tipo de informação que desfavoreça a performance de seu atleta”, disse Milena.

“Foi muito desafiador correr atrás de cada profissional de suas respectivas equipes para me auxiliarem no contato com as atletas. Acho que a China foi o meu maior obstáculo. O questionário teve que ser traduzido para o chinês, pois as atletas chinesas não compreendiam nada da língua inglesa e só podiam responder em mandarim”, completou a fisioterapeuta da Seleção Brasileira.

(Milena Perroni/Arquivo pessoal)

Além de todo o conhecimento obtido sobre a lesão, Milena usou sua pesquisa como tese de seu doutorado (Milena Perroni/Arquivo pessoal)