Público presente no Jogo das Estrelas 2018 (João Pires/LBF)

2018 foi o ano de uma grande LBF CAIXA. A nona edição do principal torneio de basquete feminino do país teve jogos eletrizantes, o surgimento de novas revelações e uma final emocionante até o segundo final. Separamos alguns dos grandes momentos que aconteceram entre as 92 partidas, desde a abertura com o clássico do ABC paulista até ao jogo 5 das Finais que consagrou o Vera Cruz Campinas. Confira:

VIRADAS HEROICAS E JOGOS ELETRIZANTES

O equilíbrio entre as equipes foi uma das principais marcas desta edição. Com exceção das pontas das tabelas, todas as outras posições foram disputadas jogo a jogo. Como resultado, fomos presenteados com jogos disputadíssimos, decididos apenas nos segundos finais, como as duas vitórias da Uninassau sobre São Bernardo/Brazolin/Unip e Presidente Venceslau em março, sem contar os jogos das Finais, que falaremos em outro tópico mais abaixo.

Entre as viradas mais heroicas, estão as duas de Blumenau sobre Santo André/Apaba (62×61 e 51×50) e contra o Poty/BAX/Catanduva (66×63) na fase inicial. Outra emblemática aconteceu na vitória do Funvic/Ituano por 74 a 73 contra o Sampaio: atrás do placar durante todo o jogo, o rubro-negro conseguiu o empate a 19 segundos do fim, forçando a única prorrogação da temporada e garantindo a vitória ao fim de 45 minutos.

MARCAS INDIVIDUAIS HISTÓRICAS

Em 2018 jogadoras históricas da Liga atingiram marcas igualmente históricas. Em 18 de março, a maior cestinha da história da competição, a cubana Ariadna, atingiu os 2.500 pontos na vitória sobre o Poty/BAX/Catanduva. Duas semanas depois, em 2 de abril, a também campineira Karla tornou-se a terceira na história da LBF CAIXA a bater os 2 mil pontos, no triunfo sobre Blumenau. Duas semanas depois, em Itu, foi a vez de Palmira juntar-se ao seleto grupo que também tem a andreense Jaqueline.

Em se tratando de recordes absolutos da Liga, a ituana Joice bateu por duas vezes o de assistências, que durava desde 2012 (14). Fez 16 em março contra Presidente Venceslau e bateu seu próprio recorde em 14 de abril, na derrota para a Uninassau: 19 passes para cestas. Rainha do fundamento, a armadora de 32 anos terminou a temporada com a melhor média (7,6 por jogo) e ampliou sua vantagem na história, com um total de 815 assistências ao longo de suas carreira na competição, que contempla passagens por Ourinhos e Americana e três títulos nacionais.

O BRILHO DAS ‘GRINGAS’

(Montagem sobre fotos de Fábio Leoni, Pedro Teixeira, Vitor Bett, Omar Matsumoto e Robson Neves)

Das nove equipes participantes, cinco tiveram estrangeiras como cestinhas de suas campanhas:

Blumenau – Wale Pérez (Venezuela) 13,4 PPJ

Poty/BAX/Catanduva – Julieta Ale (Argentina) 11,6 PPJ

Presidente Venceslau – Maqui D’Urso (Argentina) 12,9 PPJ

Sampaio Basquete – Briahanna Jackson (EUA) 12,8 PPJ

Vera Cruz Campinas – Ariadna (Cuba) 16,4 PPJ

QUARTAS DISPUTADAS

Com exceção da série entre Vera Cruz Campinas e São Bernardo/Brazolin/Unip, todos os outros confrontos da primeira etapa dos Playoffs foram decididos apenas no Jogo 3. Uninassau e Sampaio, inclusive, saíram atrás em suas séries e conseguiram suas classificações com duas vitórias em casa sobre Funvic/Ituano e Presidente Venceslau, respectivamente.

100% TRANSMISSÕES E VOLTA A TV ABERTA GAZETA

A LBF CAIXA 2018 tornou-se a primeira edição do basquete nacional a ter todos os seus jogos transmitidos, seja pela TV ou via WEB, com a LBF LIVE. E após duas décadas, nas tardes da #LBFnaGazeta, o basquete feminino retornou a grade da TV aberta, com sucesso de audiência.

JOGO DAS ESTRELAS E 1º TORNEIO DE ENTERRADAS

(Montagem sobre fotos de João Pires/LBF)

Em abril, a cidade de Santo André recebeu a 5ª edição do Jogo das Estrelas, que apresentou novo formato. Os desafios colocaram frente a frente as atletas brasileiras da LBF e as argentinas, que representaram a liga local. Nos desafios tradicionais, deu Brasil, com as vitórias de Débora (Habilidades) e Tassia (Três pontos). No jogo, deram as hermanas, com uma vitória por 64 a 59.

Mas o grande destaque da edição ficou por conta do primeiro Torneio de Enterradas da LBF, que reuniu quatro brasileiras e outras quatro argentinas, que se enfrentaram para o julgamento de um juri altamente qualificado (Helen Luz, Janeth, Leila Sobral). No final, o troféu ficou com a prata da casa Bianca, promessa andreense de 1,92m.

REVELAÇÕES

Lays, Gabriela e Thayná mostraram seu jogo em 2018 (Montagem sobre fotos de Ricardo Cassin e Robson Neves)

Vimos nesta edição gratas surpresas. Duas delas jogaram juntas, no jovem time do São Bernardo/Brazolin/Unip. Equipe estreante na LBF CAIXA, compôs seu elenco com pratas da casa que haviam conquistado títulos regionais no ano anterior e trouxe uma ala de 21 anos que estava encostada no seu Rio de Janeiro, por falta de oportunidades. Em pouco tempo, com atuações sólidas, logo seu nome já era conhecido em toda a Liga: Thayná.

Ao lado da armadora Lays, outra pérola são-bernardense, liderou a equipe do ABC paulista à uma campanha surpreendente, para um time com média de idade de apenas 20,5 anos. Alcançou as quartas de final, parando apenas no futuro campeão Vera Cruz Campinas. Thayná (19,2 pontos por jogo) e Lays (16,6 pontos por jogo) terminaram a competição sendo a segunda e terceira maiores pontuadoras de toda a Liga.

Lays ainda foi a terceira com a maior média nas bolas de três convertidas (2,3 por jogo) e a sexta maior assistente (4,2 por partida). Já Thayná figurou em destaque em diversas estatísticas: líder nos arremessos de dois pontos convertidos (7,2 por jogo), nos roubos de bola (3,6 por jogo) e em eficiência (20,8), além de ser vice em rebotes (9,1) e lances livres (3,6). Com números impressionantes para uma caloura, não deu outra: eleita revelação da competição e para o quinteto ideal.

Do Recife veio outra grande revelação. Com 1,82 e 22 anos, a pivô Gabriela foi a principal alternativa ofensiva da Uninassau além do trio Casanova/Tassia/Gil. Dominante no garrafão, angariou bons números nos pontos e rebotes, conquistando a titularidade e elevando seu jogo no decorrer da competição. Terminou com 9,3 pontos e 6,9 rebotes com menos de 25 minutos de média em quadra, além de ter anotado a maior pontuação individual da equipe na temporada: 27 pontos em abril contra o São Bernardo/Brazolin/Unip.

No que depender delas, o futuro da LBF CAIXA e da seleção estão em boas mãos.

FINAIS ELETRIZANTES

(Montagem sobre fotos de Matheus Marques, Pedro Teixeira e Paulo de Tarso Jr)

O que dizer da série final entre Vera Cruz Campinas e Sampaio? As equipes tiveram as melhores campanhas da primeira fase e confirmaram o favoritismo fazendo uma das decisões mais acirradas da história da LBF CAIXA.

Logo no jogo 1, o tricolor maranhense tratou de ‘roubar’ o mando de quadra campineiro com uma vitória por 56 a 55, e de quebra terminou a invencibilidade do rival, que já durava 20 jogos. Na segunda partida, ainda em São Paulo, o time da casa tratou de deixar tudo igual, em um confronto igualmente acirrado e que também terminou com apenas um ponto de diferença (59×58).

A série foi para São Luís e a Bolívia querida dominou o jogo 3, empurrada pela torcida que lotou o Castelinho e viu o triunfo por 55 a 50. O jogo 4 era o match point para o Sampaio, que tinha a festa pronta em mais uma casa cheia com mais de 6 mil torcedores. Mas faltou combinar com Meli Gretter. A argentina do Vera Cruz Campinas chamou a responsabilidade e anotou 31 pontos na vitória paulista por 62 a 51 que levou tudo para o quinto e decisivo duelo.

De volta a Campinas, as Finais ganharam mais um emocionante capítulo. Mesmo fora de casa, o Sampaio dominou o primeiro tempo, foi para o intervalo com 12 pontos de vantagem, ficando muito próximo do bi. Mas os 20 minutos seguintes reservariam a maior virada da temporada, orquestrada por ela, Meli Gretter, e os pontos decisivos das veteranas Babi e Ariadna. A taça ficou em Campinas, com o título inédito do Vera Cruz, comandado pelo maior vencedor da LBF CAIXA, Antonio Carlos Vendramini, que garantiu sua quarta conquista do novo nacional.

DEFESA TRICOLOR

O bicampeonato não veio para o time maranhense, apesar de ter ficado muito perto. Mesmo com a derrota, a campanha foi pra lá de positiva. O time foi o dono da melhor defesa do campeonato, graças à filosofia implantada pelo técnico Virgil Lopez, o primeiro europeu da história da LBF CAIXA. Apostando numa defesa bastante agressiva, o time concedeu menos de 60 pontos por jogo e revelou ao país a norte-americana Briahanna Jackson, que veio da Universidade direto para o seu primeiro contrato como profissional. Apesar da pouca idade, comandou o time em pontos, assistências e roubos de bola, por vezes encantando a torcida com lances plásticos. Em 2019, a torcida pelo bi virá ainda mais forte, com a equipe buscando manter a base vitoriosa de 2018.

CAMPANHA CAMPEÃ

(Pedro Teixeira/Arquivo LBF)

“O projeto é novo, mas a história é antiga”. A frase está grafada no ginásio da Ponte Preta, casa do Vera Cruz Campinas, que estreou na LBF CAIXA neste ano trazendo um legado vencedor. Oriundo do extinto Corinthians/Americana, cujo projeto levantou quatro troféus da competição, montou sua base com a equipe campeã em 2017, tendo Vendramini como professor.

E o ‘novo’ projeto deu muito certo. Logo na estreia, uma vitória estrondosa, que iniciou a campanha invicta na primeira fase e que manteve-se assim até as Finais. Os reveses nos Jogos 1 e 3 puseram em dúvida a capacidade decisiva da equipe, mas suas estrelas trataram de eliminar o azar. Como resultado final, as duas MVP’s do ano – Meli Gretter, das Finais, e Ariadna, da temporada – vieram do Vera Cruz Campinas. Para 2019, a base foi novamente mantida.

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A LBF CAIXA 2019 terá onze equipes  – duas a mais que neste ano – e terá seu calendário divulgado em janeiro. Com o ótimo legado deixado pela edição 2018, temos tudo para testemunharmos outro grande campeonato, ainda maior e mais forte!

A CAIXA Econômica Federal é a patrocinadora oficial da Liga de Basquete Feminino, que organiza a LBF CAIXA. A competição tem a TV Globo, o SporTV e o globoesporte.com como parceiros de mídia oficiais e a bola oficial da Wilson.