Opinião

Opinião: Derrota amarga na final do Sul-Americano reforça a urgência de investimentos na reconstrução do basquete feminino

Não acabou bem a participação da seleção feminina de basquete no Sul-Americano da Colômbia (Tunja 2018).

Se as apresentações pouco convincentes contra adversários frágeis na primeira fase já causaram angústia, a apresentação ruim contra a Colômbia nas semifinais e a amarga derrota por um ponto contra a Argentina na final fizeram o basquete feminino reviver seus piores momentos internacionais e escancararam as dificuldades na reconstrução da modalidade.

Acredito que não se deva lamentar uma derrota quando se fez tudo para evitá-la. Se está todo mundo em forma física adequada, o treinamento foi feito e o adversário foi superior, não haveria surpresa ou indignação.

Mas perder porque faltou trabalho, treino, organização e concentração é realmente incômodo e decepcionante para o torcedor.

Esse fracasso unido aos dos últimos Mundiais e Olímpiadas e na AmeriCup 2017 deveriam dar aos dirigentes do esporte a dimensão da urgência de investimentos na formação de um grupo que reescreva essa triste história.

Acredito que todos entendem as dificuldades da atual gestão da Confederação Brasileira de Basquete (CBB). Mas do ponto de vista prático, as mudanças no gerenciamento do feminino ainda são muito discretas.

Continua existindo um investimento muito pequeno na comissão técnica do feminino, no trabalho de base das meninas, no intercâmbio e no período de treinamento das seleções.

Embora exista uma tendência em culpar a situação financeira por essas carências, ontem perdemos para uma país que também lida com investimentos limitados e que também vive uma crise. Apesar disso, a Argentina se organizou (em todos os níveis) para esses resultados que colhe regularmente. E em algumas semanas as hermanas estarão disputando o Campeonato Mundial, enquanto o Brasil (uma vez campeão dessa mesma competição) não estará nem presente.

O mau resultado de ontem preocupa bastante no curto prazo. Se as dificuldades foram tantas contra Argentina, Paraguai e Colômbia, qual será o plano da seleção brasileira para o próximo ano, quando se reencontrará com essas três seleções, mais Estados Unidos, Canadá, Cuba, Porto Rico, México e República Dominicana na AmeriCup 2019? Apenas as quatro primeiras colocadas avançam para a disputa da vaga olímpica. Acho que é evidente que se algo diferente não for feito, o Brasil entra pronto para a eliminação e a ausência em Tóquio 2020.

Qual é a meta? Haverá uma preparação, um ciclo de amistosos, uma reavaliação do trabalho, uma ideia nova e ousada?

São perguntas que ficam martelando a cabeça de quem acompanha o basquete feminino após a derrota de ontem, mas para as quais as respostas já há algum tempo insistem em não aparecer.

Bert







PARCEIROS OFICIAIS



PARCEIROS OFICIAIS DE MÍDIA





APOIADORES VIA LEI DE INCENTIVO