Opinião

OPINIÃO: PRIMEIRA FASE DO PAULISTA MOSTRA ALTO EQUILÍBRIO E BAIXA ROTAÇÃO ENTRE AS EQUIPES

Foto: Jorge Bevilacqua/Santo André

A primeira fase do Campeonato Paulista de Basquete Feminino chegou ao fim com a definição dos semifinalistas Santo André, Vera Cruz Campinas, SESI Araraquara e Ituano Basquete, que se enfentram em séries melhor de três a partir dessa segunda-feira (26 de novembro).

A atual edição contou com transmissão on-line, o que permitiu ainda que com alguns problemas, acompanhar o desenrolar do torneio.

A impressão geral é que a maioria das equipes participantes realizou investimentos limitados para o Paulista, o que deixou algumas jogadoras que estiveram na LBF 2018 fora do mercado, ofereceu uma baixa possibilidade de rotação em quadra entre as atletas e coloborou para uma primeira fase mais equilibrada.

Santo André foi o destaque positivo até agora. Liderou a competição, com apenas uma derrota em catorze compromissos. O técnico Bruno Guidorizzi acertou bem seu time com a chegada da ótima armadora Alana, vinda do basquete universitário americano e da pivô Barbara (ex-Venceslau). Colaboraram bastante também a cestinha Jaqueline e a ala Érika, que vive boa temporada. Decisiva em algumas partidas, a ala-pivô Izabela ainda não se encaixou perfeitamente num time que já recorre muito a sua principal arma (o arremesso de três). Vindas do banco, a veterana Simone Lima e a armadora Bia tem sido as opções mais seguras. Nessa rotação muito estreita está a principal limitação do time para a fase decisiva da competição.

Virtual favorito, o Vera Cruz Campinas contratou mais, mas falhou até o momento em confirmar sua força após o título da LBF 2018. O time encerrou a fase de classificação com duas derrotas. O esquema tático desenhado por Vendramini e Borracha já mostrava sinais de esgotamento na fase final da LBF, que persistem nesse ano. Há uma insistência incômoda no poderio ofensivo de Babi (uma arremessadora limitada) e de Ariadna, que vive jornadas irregulares. Adicionalmente a capacidade atual de explosão física do trio de alas (Patty, Karla e Jeanne) é baixa. Mesmo com o garrafão mais forte para essa temporada, com as chegadas de Gil e Vitória, as pivôs são pouco acionadas. E o envolvimento das jovens Mariana Dias e Carla Lucchini é muito pequeno. A segunda inclusive deixou boa impressão nos jogos iniciais, quando Babi e Gretter estavam na temporada de seleções. Por falar na argentina, o retorno da armadora é o fator que pode alterar o equilíbrio na fase final.

Equipe estreante, o SESI Araraquara ficou na terceira colocação, registrando quatro derrotas. A equipe ofereceu espaço em seu time titular à pivô Aline Moura e à ala Maíra Horford, que se apresentam em condições bem superiores e mais confiantes do que em seus clubes na LBF 2018 (Campinas e Ituano, respectivamente). É um time que não costuma insistir muito nos arremessos de longa distância, mas que se apóia muito na presença das irmãs Karen e Sílvia Gustavo, ambas bastante voluntariosas, mas atualmente pouco atléticas. Com poucas opções no banco, quando uma das duas não está bem ou é necessário mais vigor físico, o técnico André Carrascoza acaba ficando muito limitado. A armadora Débora tenta recuperar o tempo perdido em suas temporadas no Recife, mas ainda apresenta bastante irregularidade em suas atuações, assim como ocorreu em seu clube anterior (Santo André).

Na quarta colocação, o Ituano Basquete conquistou sete vitórias. Assim como na temporada passada, o time é muito dependente das atletas mais experientes. O núcleo formado por Kelly, Chuca, Joice e Palmira se mantém em quadra mesmo à exaustão. Entre as quatro veteranas, uma novata foi a cestinha do time: a pivô Gabriela, que atua com conforto de volta a sua posição de origem. Repetindo um problema visto na LBF 2018, o time do técnico Antonio Carlos Barbosa conta pouco com seu banco, que só entra em ação em situações extremas. Carol Ribeiro, Monique e Maila tiveram seus bons momentos na temporada, mas não conquistaram espaço de fato na rotação do treinador.

Nessa temporada, a Federação Paulista decidiu que as quatro equipes não classificadas também seguirão em atividade na disputa da Série Prata.

A quinta colocada foi o Instituro Brazolin/Unip/São Bernardo, que novamente conta com a incrível dupla Lays e Thayná no comando das ações do time. A ala Thayná domina de forma assustadora as estatísticas da competição. No ranking de eficiência, a ala soma 413 pontos. A segunda colocada, Gabriela (Ituano), soma 246. Mas o principal problema do time foi não ter buscado peças de reposição para o seu garrafão. Talvez com um time mais equilibrado, o jovem elenco pudesse ter beliscado uma posição entre os quatro primeiros, já que teve apenas uma vitória a menos que o Ituano na competição. Vale ainda uma menção ao bom retorno de Milena.

Sexto colocado, o time do Instituto Bábby Pindamonhangaba somou apenas quatro vitórias na temporada. Nessa estreia mostrou que ainda precisa de maior solidez tática e de mais recursos técnicos. O trio formado pela armadora Casanova, pela ala Tati e pela pivô Licinara obviamente não conseguiu sustentar o projeto. A temporada do trio reforça a dificuldade de Tati em assumir protagonismo, uma queda de rendimento da cubana e o crescimento de Licinara, que andava estagnada em Itu.

Sétimo colocado, o Poty Bax Catanduva teve três vitórias num torneio em que novamente a equipe se apresentou mais com disposição do que com planejamento. Em grande parte da temporada, o elenco esteve formado por sete atletas apenas.

Última colocada, a equipe de Sorocaba também teve dificuldade em organizar taticamente um time que tinha alguma limitação técnica, mas que poderia ter feito melhor papel na competição. Teve apenas uma vitória.

Vale a pena ficar de olho na fase decisiva a partir de amanhã!

Bert

 







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