A Seleção Brasileira feminina que terminou os Jogos Pan-americanos de Toronto em quarto lugar contou com a armadora Tainá Paixão. Com apenas 23 anos, a atleta foi o principal nome do elenco verde e amarelo no torneio continental. E, essa foi a primeira participação da armadora na competição, que tinha como uma de suas principais funções assumir a organização do time, papel antes realizado por sua companheira de Uninassau/América, Adrianinha Moisés.
A experiência toda foi uma novidade no currículo da jovem atleta, que ficou admirada com a estrutura e a organização do evento. “Todo mundo me falava que o Pan era como uma mini Olimpíada, com uma a estrutura muito grande e bem organizado, mas como eu ainda não tinha ido para um campeonato olímpico eu não sabia direito como seria. Quando cheguei lá fiquei maravilhada com as coisas, com a proporção do evento, com o tanto de delegações e por ver os atletas do Brasil que nós gostamos tanto e acompanhamos do nosso lado”, conta a jovem jogadora.
Tainá foi titular dos cinco jogos disputados pelo Brasil na competição, sendo três deles na fase de grupos, um na semifinal contra o Canadá e o último na decisão pela medalha de bronze com Cuba. Com média de 28 minutos por partida, a armadora liderou a seleção em pontos (12.2), rebotes (5.0) e assistências (1.8).
Exibindo um rendimento regular no torneio, a armadora cumpriu bem a função dada pelo técnico Luiz Zanon, que determinou a Tainá o comando das jogadas e o título de capitã na competição. “Eu fiquei feliz por ter feito um campeonato regular. Acho que o Zanon que me passou um pouco dessa confiança, por me colocar na quadra como a armadora principal e capitã. Essa responsabilidade toda que ele me deu só me passa mais firmeza, pois mostra que ele acredita em mim e espera que eu faça algumas coisas”, continua Tainá.
A melhor partida da jogadora nos Jogos Pan-americanos de 2015 foi na disputa do bronze com Cuba, quando teve 16 pontos, cinco rebotes e quatro assistências. Outra atuação importante da atleta foi na primeira vitória do Brasil, contra Porto rico, na fase regular. Tainá anotou 10 tentos e pegou nove rebotes, chegando perto de um duplo-duplo logo no segundo compromisso.
Apesar de essa ter sido a primeira participação da jovem atleta no evento que envolve todos os países do continente americano, Tainá já havia atuado em outros campeonatos com a seleção brasileira. Sua última contribuição ao elenco comandado pelo técnico Zanon foi no Mundial da Turquia, em 2014, quando teve média de 6.5 pontos.
O crescimento da armadora na seleção brasileira é refletido em seus números em competições com o time adulto do Brasil. Em 2013, quando foi campeã Sul-americana vestindo a camisa brasileira, teve média de 9.8 pontos, 3.4 rebotes e 2.6 assistências por jogo. No ano seguinte, repetindo o ouro do torneio, manteve a regularidade com 9.6 tentos, 3.2 bolas recuperadas do aro e 3.6 passes convertidos em cestas por partida.
Diante do progresso individual, Tainá credita sua evolução ao trabalho em conjunto e afirma que para ter o destaque individual precisou da ajuda de suas companheiras de equipe.
“Somos um time que tem caminhado junto desde o começo dessa renovação que o Zanon está promovendo. Eu não consigo fazer uma cesta se uma jogada não der certo, se não tiver um bom bloqueio, um rebote ou um roubo de bola. É impossível falar individualmente de um jogo que é coletivo em sua essência. Um dia uma faz um ponto a mais ou pega mais rebote, mas é fruto do trabalho da equipe”, analisa com sabedoria a jovem armadora.
Mesmo sem uma medalha nos Jogos Pan-americanos, Tainá conta que a seleção brasileira saiu com a cabeça erguida. Com resultados próximos, inclusive um jogo apertado contra os Estados Unidos, o time que foi para Toronto se deu conta da capacidade de suas jogadoras de ir cada vez mais longe.
“Somos um time jovem. Tudo isso continua sendo mais uma experiência e vamos continuar batalhando. Temos que trabalhar bastante no clube e agora é seguir em frente. Cada uma sabe da importância de ir para seu time e treinar o mais forte que puder, fazer sua parte separadamente e, no que for possível, melhorar no desempenho individual para quando chegar na seleção dividir com a equipe”, afirma a jogadora.
O próximo desafio do selecionado nacional é a Copa América, que começa no dia 9 de agosto e segue até o dia 16 do mesmo mês, em Toronto, no Canadá. O torneio é de grande interesse para o Brasil, pois o vencedor terá uma vaga garantida nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Tainá já está entre as convocadas.
“Agora tem o Pré-Olímpico, então não temos muito tempo de folga. Vamos com a consciência de que somos uma geração na qual tem sido colocada muita credibilidade e queremos dar o resultado que todos querem ver. Acho que mais pra frente com certeza vamos ver a recompensa disso tudo. O segredo é continuar lutando, manter a cabeça erguida e continuar escutando comentários que vão nos fazer evoluir”, conclui Tainá.
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