Após mais de dois meses de reuniões semanais discutindo o cenário nacional diante da pandemia de covid-19 e visando o retorno da LBF CAIXA 2020, as equipes participantes decidiram pelo cancelamento da competição, em reunião realizada por videoconferência na manhã desta terça-feira, 23.
Apesar dos esforços empreendidos desde meados de março – quando o principal torneio de basquete feminino do país foi paralisado – para que a competição ainda fosse realizada no décimo ano de fundação da LBF, a diretoria da Liga e os dirigentes das oito equipes entenderam que ainda não há um nível de segurança ideal para que os jogos sejam realizados, ainda que de portões fechados e com a adoção de protocolos de saúde. Até o momento, o país soma mais de um milhão de casos confirmados do novo coronavírus e mais de 50 mil mortes.
“Foi decidido que a competição não será realizada, haja vista a pandemia que nosso país ainda vive. Mês a mês, estávamos estudando as possibilidades de retorno e, ontem (22) à noite, tivemos uma reunião virtual com os médicos da Confederação Brasileira de Basketball, que colocaram com propriedade as inseguranças que poderiam haver nos jogos. Procuramos preservar a integridade de nossas atletas e comissões técnicas; com isso, a liga e os clubes optaram por cancelar a temporada”, disse o presidente em exercício da LBF, Valter Ferreira.
Caso fosse realizada, a competição aconteceria no mês de agosto em duas sedes e sem a presença do público, com apenas um turno e jogos únicos nos playoffs, cumprindo todos os protocolos de saúde, como testagem de atletas e comissões e distanciamento fora das quadras. O formato chegou a ser aprovado pelas equipes, mas foi anulado pela decisão desta terça.
“Acreditamos que foi a melhor forma possível. Com essa medida, nós conseguimos preservar a todos, e torcemos para que possamos fazer, em 2021, uma temporada muito mais forte, com essa pandemia controlada. Agradecemos a todos os patrocinadores, equipes, comissões, todos que se empenharam ao máximo nesta questão”, concluiu o executivo.
Ala/armadora do Blumenau e Presidente da Comissão de Atletas da LBF, Mariana Camargo também comentou a decisão.
“Claro que não jogar um campeonato tão importante quanto a LBF não é algo que alguma atleta quer ou espera, mas com tudo que está acontecendo e esse cenário que estamos vivendo, com certeza foi a decisão mais sensata, assim como a suspensão temporária do campeonato há 3 meses atrás”, disse a atleta.
Técnica do Santo André/Apaba, Arilza Coraça também lamentou a decisão que precisou ser tomada.
“Sentimos uma tristeza imensa, pois esgotamos todas as possibilidades (de realização do campeonato), mas quando se trata de vidas humanas, nós precisamos pensar em preservá-las. Na situação que ainda está, da pandemia, nós não podemos correr nenhum risco. Todos os dirigentes que falaram por seus clubes mostraram uma maturidade muito grande e essa preocupação de proteger atletas e comissões técnicas foi muito prudente. A gente fica triste por não ter acontecido a competição, mas o momento agora é de cuidarmos da saúde”, opinou a treinadora.
“Muito importante esse cuidado com atletas, comissão e todos que fazem parte da LBF de alguma forma. Espero que possamos superar essa pandemia o mais breve possível, com a ajuda de todos, e assim voltar a fazer o que mais amamos”, finalizou Mariana Camargo.
A décima edição da LBF CAIXA começou em 8 de março, Dia Internacional da Mulher, mas foi paralisada seis dias depois após apenas três partidas, como medida de prevenção à pandemia, que avançava pelo país. Oito equipes de quatro estados estavam na disputa: Blumenau-SC, Ituano Basquete-SP, Sodiê Doces/LSB-RJ, Pró-Esporte/Sorocaba-SP, Sampaio Basquete-MA, Santo André/Apaba-SP, SESI Araraquara-SP e Vera Cruz Campinas-SP.
A CAIXA Econômica Federal é a patrocinadora oficial da Liga de Basquete Feminino, que tem a chancela da Confederação Brasileira de Basketball (CBB) para organizar a LBF CAIXA. A competição tem a TV Cultura como emissora oficial, a GOL como companhia aérea oficial e a Wilson como marca esportiva oficial.