Se é verdade que o Campinas lidera a LBF com folga até o momento após fazer o primeiro turno perfeito (8-0), também é incrível notar que nas quatro primeiras posições a gente consegue enxergar dois representantes do Nordeste por lá. São Sampaio Correa (6-2 na vice-liderança), do Maranhão, e o Uninassau (4-3 e quarta posição), de Recife.

Campeão na temporada 2015/2016 na despedida da agora dirigente Iziane Castro, o Sampaio Correa vem com o primeiro técnico europeu da história da LBF (o francês Virgil Lopez) e um elenco bem renovado. Chegaram a chilena Ziomara Morrison (líder em pontos do time com 14,7 pontos por jogo), Briahanna Jackson, Leila Zabani, Joice Coelho, Tati Pacheco e Vitória Marcelino. É um grupo bem heterogêneo e capaz de dar a Virgil ferramentas para armar diferentes situações para enfrentar todo tipo de adversário nesta LBF. Aos poucos a equipe vai encontrando o melhor ritmo, e as 4 vitórias seguidas mostram um bom caminho visando os playoffs.

Um dos membros mais antigos da LBF e campeão em 2013, o Uninassau, atual vice-campeão, vem bastante renovado para esta edição. Sob a batuta séria e longeva de Roberto Dornelas, continuam por lá a cubana Casanova, uma das melhores jogadoras da competição (17,1 pontos e 6,4 assistências), Gil e Tássia. Chegaram a pivô Maria Carolina, Gabriela e Carol Junqueira. Se é mais modesto em relação aos anos anteriores, a espinha dorsal e o comando de Dornelas, que possui uma ótima estrutura para treinamentos e adaptação das atletas, continuam por lá.

Em uma modalidade que quase sempre viu apenas os clubes de São Paulo brilhando, é bem legal acompanhar a difusão do basquete feminino por outras regiões do país. O Nordeste que já revelou, por exemplo, Iziane e Isabela Ramona, apenas falando das mais recentes atletas que vestiram a camisa da seleção brasileira, é um celeiro de talentos e não tenho dúvida que a presença de Sampaio Correa e Uninassau impulsionará ainda mais a prática do basquete feminino não só no Maranhão e em Recife, Estados dos dois times, mas na região como um todo.

E com isso ganham todos – os Estados, o Nordeste, a LBF e o basquete feminino brasileiro.