Evento de lançamento da LBF contou com presença de personagens históricos do basquete feminino brasileiro (William Lucas/Inovafoto)

Evento de lançamento da LBF contou com presença de personagens históricos do basquete feminino brasileiro (William Lucas/Inovafoto)

O basquete feminino brasileiro tem um capítulo mais do que dourado em sua história. Durante a década de 90, a Seleção Brasileira fez história no certame mundial e se firmou como uma das grandes potências da modalidade da bola laranja.

Com uma geração recheada de jogadoras talentosas, como Hortência, “Magic” Paula, Janeth, Helen, Alessandra, Marta Sobral, entre outras, a Seleção Feminina conseguiu feitos históricos. A maior glória foi o título mundial, em 1994, na Austrália. Logo em seguida, as meninas seguiram entre as melhores do mundo e conquistaram duas medalhas olímpicas: prata em Atlanta 1996 e bronze em Sidney 2000.

E no evento de lançamento da LBF 2015/2016, realizado nesta terça-feira (17/11), na sede do Sport Club Corinthians Paulista, em São Paulo, algumas personagens históricas deste momento dourado da modalidade marcaram presença. Envolvidas diretamente com o corpo técnico da competição, Hortência e Helen encabeçaram a lista de “celebridades” do basquete feminino na festividade.

A Liga de Basquete Feminino (LBF) é uma competição patrocinada pela Bombril e conta com o apoio da Spalding, da Liga Nacional de Basquete (LNB) e chancela da Confederação Brasileira de Basketball (CBB).

“Eu vejo o campeonato agora muito mais organizado e profissional do que tínhamos na nossa época. Agora, a LBF tem uma duração muito maior do que acontecia na década de 90 e isso é bom para todo mundo, jogadoras e patrocinadores. Não tem nem comparação do que acontecia. Às vezes disputávamos campeonatos que aconteciam em uma semana apenas e hoje são quase seis meses de duração”, disse Helen, que hoje ocupa o cargo de vice-presidente da LBF.

“Apesar do número menor de equipes eu acho que esta edição vai ser a melhor da história. Todas as meninas da seleção, com exceção da Érika, disputarão a LBF e isso é muito bom. A estrutura também motiva e nós da LBF já estamos sentindo uma diferença muito grande depois da parceria com a LNB”, concordou Hortência.

“O equilíbrio é sempre bom e chama a atenção de todos. Não só para as jogadoras, mas também para o público. Quem vai acompanhar as partidas nos ginásios espera por jogos equilibrados e tenho certeza que nesta temporada as partidas serão extremamente acirradas”, completou a “Rainha” do basquete nacional.

Basquete brasileiro feminino se sagrou campeão mundial em 1994 (Divulgação)

Em 1994, basquete brasileiro feminino fez história e se sagrou campeão mundial na Austrália (Divulgação)

Além da dupla Hortência e Helen, as ex-pivôs Alessandra Santos e Marta Sobral e a ex-ala/armadora Adriana Santos, todas elas parte do elenco campeão mundial em 1994, também compareceram à festividade que marcou o início oficial da sexta edição do maior campeonato de basquete feminino do país.

“A LBF sempre tentou fazer o possível. O país passa por uma crise econômica e isso se refletiu também no basquete feminino. Mas acho que neste ano o campeonato está mais equilibrado do que nunca, com praticamente todas as equipes com chances de título. É difícil dar um palpite, né (risos)? Tenho amigas em todas as equipes e realmente está bem equilibrado. O mais importante é o basquete feminino sair vencedor”, disse Adriana Santos.

“Na nossa época também não era nada fácil. Tínhamos ainda mais dificuldades e mesmo assim fomos campeãs mundiais, conseguimos duas medalhas olímpicas e fizemos o basquete feminino do Brasil ser respeitado por todo o mundo”, completou a ex-jogadora, que trabalhou na comissão técnica do Americana até a última temporada e hoje é representante das atletas da América do Sul junto à FIBA (Federação Internacional de Basquete).

Selfie dourada: ex-jogadoras aproveitaram para registrar o momento durante evento da LBF (William Lucas/Inovafoto)

Selfie dourada: ex-jogadoras aproveitaram para registrar o momento durante evento da LBF (William Lucas/Inovafoto)

Personagens mais do que históricas do basquete nacional, as ex-jogadoras se mostraram muito animadas com o equilíbrio apresentado entre os elencos das seis equipes participantes da LBF 2015/2016. Para as lendas do basquete feminino, a temporada será de avanços não só fora da quadra mas também dentro das quatro linhas.

“O campeonato está em um novo formato, mas tenho certeza de que será uma grande temporada, com muito equilíbrio, e que ano que vem teremos muito mais equipes participando. O Brasil está com uma geração muito talentosa de jovens jogadoras e a LBF vai ser fundamental nesse processo de amadurecimento. “, disse a ex-jogadora Alessandra.

Um dos feitos mais comemorados pela ex-jogadoras foi a parceria entre a LBF e a LNB (Liga Nacional de Basquete). A partir desta temporada, a entidade responsável pelas realizações do NBB, Liga Ouro e LDB dará suporte organizacional ao campeonato feminino.

“Essa união da LNB com a LBF foi fantástica. O basquete feminino só tem a crescer, como estou mais envolvida, diretamente nas reuniões, estou vendo isso de perto. Tenho certeza que a LBF está bem equilibrada, com várias equipes com chances de título. A expectativa é que seja um belo campeonato, disputado e é isso que faz o basquete feminino crescer. Teremos as Olimpíadas aqui no Brasil no ano que vem e nossas meninas estarão aqui disputando a LBF. Isso é muito bom para a aproximar o público das jogadoras e, consequentemente, do campeonato”, disse Helen.

“Claro que na nossa época existiam várias estrelas e jogadoras que representaram muito bem o basquete feminino. Mas, com toda essa estrutura à volta e esse apoio dos clubes, espero que essas meninas sigam o mesmo caminho e possam representar a modalidade muito bem”, completou a vice-presidente da LBF.

Em sua sexta edição, a LBF contará com as participações de Corinthians/Americana (SP), Basketball Santo André/APABA, Presidente Venceslau (SP), Maranhão Basquete (MA), UNINASSAU/América (PE) e do estreante Sampaio Correa Basquete (MA).

“A tendência é sempre melhorar. Quando houve a primeira LBF todos estavam um pouco assustados, mas a competição foi um sucesso logo em sua temporada de estreia. A cada ano foi evoluindo e essa iniciativa de ter uma liga feminina no Brasil foi muito válida. O Brasil sempre teve grande tradição e uma Seleção muito forte, então faltava fortalecer o basquete doméstico e LBF está tendo este papel”, disse Adriana Santos.

Depois de ter sua cerimônia oficial de lançamento realizada nesta terça, a LBF está em contagem regressiva para a sua partida de abertura. No Centro Cívico, em Americana (SP), Corinthians/Americana e Basketball Santo André/APABA entram em quadra, na próxima sexta-feira (20/11), às 20 horas (de Brasília) para dar início da temporada 2015/2016 da Liga de Basquete Feminino.