Europa

EUROBASKET 2019 CONSAGRA A FORÇA ESPANHOLA

(FIBA Europe)

Em uma competição que por décadas teve o domínio da antiga União Soviética, a Espanha confirmou-se como a nova força europeia do basquete feminino no último dia 07 de julho, quando conquistou seu quarto título do EuroBasket.

Essa história de sucesso começou a ser construída no final da década de 1980. A Espanha, ao lado da Itália, tinha um campeonato de clubes que atraía muitas estrangeiras, mas tinha pouca força no contexto das seleções. Magic Paula chegou a atuar uma temporada por lá e a argentina Karina Rodrigues também teve passagem marcante em solo espanhol. No entanto, a impressão geral, naquela época, era de que o trabalho físico e tático nos clubes espanhóis era fraco e era principalmente a qualidade das estrangeiras alavancava a liga.

Com a aproximação dos Jogos Olímpicos de Barcelona (1992) e a garantia da vaga olímpica, uma série de mudanças iniciou a movimentar o basquete feminino espanhol. A seleção, por exemplo, se tornou permanente e passou a disputar a liga. O trabalho de base foi intensificado e o cenário foi progressivamente mudando.

Assim no EuroBasket de 1991, na última participação da antiga União Soviética na competição, a Espanha não estava  nem entre as oito seleções participantes. Na final, as soviéticas bateram as iugoslavas por 97 x 84, num duelo épico entre as icônicas Natalia Zasulskaya (27 pontos) e Razija Mujanovic (25 pontos).

Em 1992, a seleção espanhola atuou na Olimpíada de Barcelona e já beliscou uma honrosa quinta colocação.

No ano seguinte, 1993, a Espanha já conquistava seu primeiro EuroBasket, com uma performance arrasadora da ala Blanca Ares, que marcou 24 pontos na vitória sobre a França na final (63-53).

De 1993, a Espanha passou vinte anos até a conquista do seu segundo ouro na competição (2013).

Mas desde 1993 a Espanha soma quatro títulos do torneio, superando Rússia (três), França (dois) e Lituânia, Polônia, República Tcheca, Sérvia e Ucrânia (um cada).

Nas competições intercontinentais, a Espanha tem uma prata olímpica (2016) e ainda uma prata (2014) e dois bronzes (2010 e 2018) em Mundiais.

Na maiúscula vitória por 86 a 66 sobre a França, com 23 pontos de Marta Xargay e que deu à Espanha o título do EuroBasket 2019, uma constatação se impõe: as espanholas criaram um jeito muito próprio de jogar (e ganhar). Com atletas que não se destacam tanto fisicamente, a seleção insiste no trabalho coletivo, com jogo intenso e forte defensivamente, que mantém a personalidade do time mesmo sem a presença de uma estrela como Alba Torrens ou de qual for a atleta naturalizada em ação (Astou Ndour ou Sancho Lyttle).

E assim a história se repete: mesmo quando não é favorita ou quando aparece uma nova força, a Espanha envolve seu adversário e vence.

As estimativas são de que cerca de dois milhões de espanhóis assistiram à final pela Tv.

Na decisão do bronze, a Sérvia atropelou a Grã-Bretanha por 81 a 55.

(FIBA Europe)

Medalhistas olímpicas (2016) e campeãs do EuroBasket 2015, as sérvias tiveram a incrível participação de Jelena Milovanovic, que foi mãe em março desse ano e voltou às quadras de forma inacreditável.

A inédita quarta colocação da Grã-Bretanha, que classificou o país junto aos três medalhistas à disputa dos Pré-Olímpicos, serviu ainda como prêmio ao espanhol Jose Maria B., treinador da seleção e que foi justamente o técnico que iniciou o processo com a seleção espanhola em Barcelona, 1992.

As últimas duas das seis vagas europeias para os Pré-Olímpicos ficaram com a Bélgica e a Suécia.

A MVP do torneio foi Astou Ndour.

Além de Astou, a seleção do torneio teve ainda Marta Xargay, a francesa Sandrine Gruda, a sérvia Sonja Petrovic e a inglesa Temi Fagbenle.

por Bert – Painel LBF

 







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