Dados do Instituto Nacional do Câncer apontam para quase 60 mil novos casos de câncer de mama todos os anos. A doença corresponde a 22% de todos os tipos de câncer e ainda tem elevada taxa de mortalidade porque muitas mulheres deixam de fazer a mamografia anual depois dos 40 anos. Ou seja, o diagnóstico geralmente é realizado quando o tumor já está num estágio avançado. Com os avanços da medicina, quando diagnosticada e tratada logo no início, a doença tem boas chances de cura.
Na opinião de Vivian Schivartche, médica radiologista especialista em diagnósticos de câncer de mama do Centro de Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo, os principais motivos para esse tipo negligência feminina em relação à saúde são receio de sentir dor, apreensão em relação aos resultados, jornada de trabalho exaustiva e dificuldades de acesso até as clínicas. “O diagnóstico precoce é um grande aliado da mulher. Por isso, ela tem todos os motivos para marcar no calendário anual o mês em que vai fazer mamografia. Até porque, quanto mais precocemente a doença é diagnosticada, mais cedo começa o tratamento – com altas chances de sucesso hoje em dia”.
A médica reforça que não há motivos para ter medo da mamografia. Quando há suspeita de câncer de mama, geralmente a paciente é submetida à mamotomia, que é uma biópsia a vácuo por agulha. Trata-se da remoção de uma amostra do tecido para que seja realizado um exame histológico, a fim de apontar se as alterações celulares são benignas ou malignas. A mamotomia realiza biópsia de nódulos de até 1,5cm ou calcificações muito pequenas agrupadas nas mamas. O procedimento, que é guiado pela estereotaxia (mamografia), ultrassom, ou por ressonância magnética, é realizado em clínica ou ambulatório, dispensa internação, é indolor (faz uso de anestesia local) e praticamente não deixa nenhuma cicatriz na paciente, retirando bastante material da lesão.
“O procedimento é simples quando comparado ao que se fazia há alguns anos, quando a paciente era submetida a um procedimento cirúrgico, permanecia internada por dois ou três dias e ainda ficava com cicatriz. Diante de um diagnóstico maligno, era realizada nova cirurgia para retirada de tecido ao redor do tumor. Disponível na maior parte das clínicas das grandes cidades, a mamotomia é um método diagnóstico preciso, facilita a vida da paciente e não deixa marcas – nem físicas, nem emocionais. Outro dado importante é que somente dois em cada dez nódulos encontrados e submetidos à biópsia estão de fato relacionados ao câncer de mama”, diz a médica.
Vivian Schivartche ainda chama atenção para quando a mulher nota o aparecimento de um nódulo na mama antes mesmo dos 40 anos. “Nesse caso, é importante procurar o médico antes do intervalo dos exames e fazer ultrassonografia das mamas. Quem tiver acesso à tomossíntese – também conhecida como mamografia tridimensional ou 3D – também deve recorrer a esse exame que comprovadamente aumenta a precisão diagnóstica do câncer de mama. Entre suas virtudes, destacam-se a visualização de tumores menores, mais agressivos e provavelmente mais precocemente, quando comparada à mamografia convencional. Outra vantagem é que imagens formadas pela sobreposição dos tecidos na mamografia e que obrigam a paciente a fazer mais radiografias para esclarecimento, incluindo outros exames e até mesmo biópsia, ocorrem com muito menos frequência na tomossíntese”.
A Liga de Basquete Feminino (LBF) está engajada, há duas temporadas, na campanha de combate ao câncer de mama, com ações regulares durante o seu campeonato e seus eventos.
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