Nascida e criada nos clubes de São Paulo (SP), porém ultimamente com grande experiência no basquete nordestino, Tati Pacheco, que hoje defende as cores do Uninassau Basquete, já foi campeã da LBF CAIXA, já foi vice, já disputou inúmeros torneios com a camisa verde-amarela da Seleção Brasileira e também já conquistou o torneio de 3 pontos do Jogo das Estrelas.
A Liga de Basquete Feminino (LBF CAIXA) é uma competição que conta com o patrocínio master da CAIXA, o patrocínio da SKY e os apoios da Liga Nacional de Basquete (LNB) e do Ministério do Esporte.
Tati Pacheco falou sobre o sentimento de defender a Seleção Brasileira, o sentimento ao ser cortada dos Jogos Olímpicos no dia da estreia, sobre a evolução do basquete na Região Nordeste do Brasil, entre outros assuntos.
Confira a entrevista com Tati Pacheco, do Uninassau:
Seleção Brasileira (Olimpíada e Sul-Americano)
O sentimento de defender a Seleção é sempre inexplicável, em qualquer que seja o campeonato. Ser campeã é consequência de todo o nosso trabalho e não há sensação melhor do que no final de tudo, poder levantar o troféu. Na conquista do Sul-Americano não foi diferente. Quanto a participar da fase de treinamentos para as Olimpíadas, foi incrível.
Por causa de um tumor no joelho, não vinha sendo convocada e meu nome voltou a aparecer na lista. Fui para o Sul-americano, algumas meninas foram cortadas e eu continuei. Vinha treinando bem, ajudando a equipe nos amistosos que fizemos e foi o começo de um sonho que não pude realizar.
Corte nas Olimpíadas
Não foi fácil não. Como falei, foi o começo de um sonho. Meu nome estava na lista definitiva das Olimpíadas, já estava na Vila Olímpica e no dia da nossa estreia, acordei com muita dor no corpo e bem inchada. Enquanto a delegação ia para o jogo contra a Austrália, fiz exames e no mesmo dia, já fui para um hotel no Rio. Já suspeitávamos que era caxumba, mas eu só poderia ser cortada com a confirmação nos exames. A gente espera muita coisa, mas nunca ser cortada de uma Olimpíada por causa de uma caxumba!!! Mas foi o que aconteceu e tive que saber lidar com isso. Foi mais um obstáculo que tive que enfrentar.
Primeiros passos
Eu fazia natação e aos 10 anos comecei a fazer basquete, no Círculo Militar, em São Paulo. As escolinhas eram em lugares diferentes e chegou um momento em que os horários se chocaram… Precisava optar por um dos dois e escolhi o basquete, porque tinha muita vergonha de usar o maiô, acredita? (risos)
Basquete: São Paulo e Nordeste
O problema daqui é o mesmo do restante do país: falta de investimento. A diferença é que aqui, sem investimento, não tem time. Em São Paulo, ainda existem muitas equipes que disputam o Paulista e os Abertos. Conseguem fazer um bom campeonato. Aqui em Recife não. Já chegamos a disputar o Pernambucano com duas, três equipes…
Evolução do basquete nordestino
Falando em Pernambuco, acredito que a principal mudança foi a Lei de Incentivo ao Esporte, pois perceberam que o Estado precisava incentivar mais os esportes para desenvolver as modalidades aqui, sem que os atletas pernambucanos precisassem necessariamente sair de casa para poder ter uma carreira de sucesso. E também implantação do Bolsa Atleta estadual.
Evolução da LBF CAIXA
O que evoluiu com o passar dos anos foi a qualidade técnica das atletas e hoje podemos ver mais atletas jovens jogando a LBF CAIXA. Quanto ao campeonato, acredito que a parceria com a LNB ainda vai dar frutos e vamos conseguir fazer um campeonato melhor.
Referências no masculino
No NBB CAIXA gosto de ver o Shamell jogar. Gosto bastante do estilo do jogo dele. No basquete internacional, eu era muito fã do Kobe Bryant. Ele foi sensacional, o melhor que vi jogar e tinha tudo que um jogador quer ter.
Espelho
Quando comecei, a jogadora que mais gostava de ver jogar era a Micaela. Ela era boa jogadora, bem explosiva, adorava ver os jogos dela. Gostava da Janeth também. Era uma jogadora muito técnica e inteligente. Olhava as duas em quadra e ficava pensando que queria ter um pouco de cada uma (risos).
Partida especial
Penso com muito carinho na minha primeira partida, ainda na categoria mirim. Acho que por ser a primeira, se tornou bem especial e eu nunca esqueço daquele dia.
Próximos passos
Não posso negar que meu principal objetivo para os próximos anos é ter uma carreira internacional e me consolidar lá fora. Também espero continuar servindo a Seleção Brasileira, sempre dando meu melhor quando visto a camisa do meu país.