Na semana passada a Liga de Basquete Feminino divulgou o seu, até agora, mais ousado dos projetos desde que a nova gestão de Ricardo Molina assumiu a entidade. Com o nome de “LBF nas Escolas”, a liga visa aproximar os ídolos do passado e do presente das crianças das cidades onde há times da LBF.
Pode parecer pouco, muita gente pode dizer que não vai dar resultado prático no curto prazo, mas o trabalho do basquete feminino é de longo prazo. Dentro e fora de quadra. E sobretudo de resgate de algo que já tivemos aqui tem pouco tempo. E não falo apenas dos resultados internacionais de alto nível quando pensamos nas seleções brasileiras, mas sobretudo dos ídolos e da identificação deles com os mais jovens.
Vocês conseguem imaginar o impacto pra um jovem de 11, 12 anos ao receber uma dica, uma palavra de incentivo, um passe de Janeth Arcain? O que é para uma menina trocar ideia com uma campeã mundial, duas vezes medalhista olímpica e multicampeã de WNBA e aqui no Brasil? É muita, muita coisa e se não dá resultado direto em relação ao número de atletas (e a gente sabe que dá), ao menos no número de fãs da modalidade isso será revertido.
Em todos os países desenvolvidos do mundo há uma coesão entre os trabalhos das áreas educacionais e esportivas (o melhor exemplo é mesmo o Estados Unidos). A LBF traz, agora, um pouco disso para o país e sabe que está colocando uma semente para um futuro melhor de seu campeonato. Surgirão novos praticantes, novos fãs e certamente as atletas que hoje representam as equipes terão suas vidas modificadas ao conhecer um pouco mais da realidade local. Ganham todos, não há a menor dúvida.
Que assim seja e que assim continue. A partir do dia 16 de março, em Itu, a vida de milhares de crianças começará a ser impactada por Janeth Arcain e as atletas da edição de 2018 da LBF até o dia 4 de abril, quando o LBF nas Escolas tem o seu ponto final em Catanduva.