Técnico do Sampaio Basquete na campanha do vice-campeonato em 2018 e principal revelação entre os comandantes da LBF CAIXA, Virgil Lopez analisa a campanha da França na fase de grupos da Copa do Mundo da Rússia.
Para o francês, a equipe ainda peca no jogo coletivo, algo que o seu Sampaio executava como poucos na LBF CAIXA. Virgil não vê semelhanças entre seu estilo de trabalho e o do treinador da seleção de futebol, Didier Deschamps, campeão em 1998 mas que vem sendo criticado na França por não dar muita consistência à equipe.
Neste sábado, os gauleses abrem as oitavas de final da Copa às 11 horas (horário de Brasília), contra a Argentina, em Kazan. Virgil diz que sua seleção ‘tem time para passar, mas é difícil dizer’, pois a seleção hermana é perigosa. Apesar de não vir apresentando um bom futebol na Rússia, a Argentina tem o melhor jogador do mundo na opinião do treinador, Lionel Messi.
E se nas semifinais pintar mais uma vez Brasil x França? A torcida em casa será dividida, mas para Virgil, não haverá meio termo. Confira o bate-papo:
Como você avalia o desempenho da equipe na primeira fase? Quem ou o quê tem sido o diferencial na equipe nessa campanha?
Virgil – A equipe na primeira fase foi se acertando. As individualidades são muito boas, agora precisa conseguir mais consistência coletivamente. A seleção da França tem um futuro grande craque, o Mbappé, que se afirmou nessa primeira fase. Já o Griezmann e o Pogba estão devendo. Nas oitavas, a França vai precisar deles também, assim como vai precisar do Kanté, que pra mim foi O jogador.
A França enfrenta a Argentina nas oitavas. Os ‘hermanos’ vêm de jogos bem ruins, abaixo do esperado. Acredita que podem complicar a vida francesa no sábado?
Virgil – É um grande clássico de futebol com duas grandes seleções. A camisa é pesada dos dois lados, e na hora do mata mata, isto fala mais alto. Grandes jogadores sempre estão nas grandes partidas. Será um jogo de grande qualidade com o melhor jogador do mundo no lado Argentino. Difícil dizer. É perigoso, né? Mas a França tem time para passar (de fase).
Gosta do trabalho do Deschamps? Vê alguma semelhança na filosofia de trabalho dele com a sua?
Virgil – Deschamps vem sendo muito criticado na França por não ter um padrão de jogo estabelecido. Não tem liga. Eu gosto que todo mundo saiba o que fazer em quadra com automatismo. Por cultura, a França tem um cuidado especial por defesa e com isso, sou totalmente a favor desse quesito (risos).
O bicampeonato é bastante possível?
Virgil – O bicampeonato é possível se a seleção da França conseguir ter essa liga entre as três linhas do campo e com os grandes jogadores respondendo ao desafio que será maior a cada jogo, começando com aquele de sábado.
Pra fechar, aquela pergunta clássica: e se França x Brasil se enfrentarem na semifinal? Vai ter torcida dividida ou não?
Virgil – Sempre acontece esse jogo nas copas e sempre sofro muito com isso, é uma situação difícil aqui em casa (risos). Mas eu e a minha filha Luiza (nascida na França) torceremos para a nossa França; já minha esposa (a campeã mundial e medalhista olímpica Adriana Santos), para o Brasil. Que vença o melhor.