Com o tema “Liderança”, o ex-comandante da Seleção Brasileira Adulta Feminina, Antônio Carlos Barbosa (foto), abriu neste sábado (16 de agosto) os eventos na Universidade Técnica de Ambato. Com a presença de quase 200 participantes, entre técnicos, estudantes e professores equatorianos de todas as regiões do país, as Clínicas Técnicas estão sendo realizadas paralelo ao 34ª Campeonato Sul-americano do Equador. O evento contou ainda com as palestras dos técnicos argentinos Christian Santander, da Seleção Argentina, e Eduardo Pinto, da Seleção do Equador.
O treinador brasileiro começou a palestra explicando o conceito de equipe e a importância da liderança no gerenciamento de um time. “O mais importante é escutar o que o treinador acha sobre o basquetebol. Não é uma ciência exata, então precisamos avaliar o que serve para cada um. Mas é necessário ter liderança para administrarmos e gerenciarmos todas as variáveis como níveis culturais e socioeconômicos de uma equipe. Às vezes encontramos equipes que não possuem um nível muito alto, mas que conseguem colocar na cabeça de suas atletas a superação que é fazer mais do que se pode fazer. Todos juntos vamos produzir mais. Serve para o basquete, uma empresa ou uma família. Esse é o conceito de equipe”, analisou Barbosa.
O técnico do Maranhão Basquete falou também sobre os processos de construção de uma equipe de alto nível. “Time é um grupo de pessoas diferentes, porém com personalidade coletiva em total renúncia do “eu” e em favor do “nós”, com cumplicidade, colaboração e entrega no trabalho para alcançarmos os objetivos propostos. Mas sem o respaldo do desempenho e do trabalho duro, as palavras não significam nada. O maior obstáculo na construção de uma equipe surge quando egos e vaidades levam as pessoas a focar apenas em conquistas individuais. Muitas vezes temendo a impopularidade de uma decisão, o líder acaba sendo seduzido pela conveniência, afastando-se de suas verdadeiras convicções. Não cabe ao líder fazer o que é mais conveniente e nem agradar a todos o tempo todo, mas sim fazer o que é certo e justo”, avaliou.
Barbosa terminou as aulas teóricas destacando a importância de administrar o sucesso e o fracasso, além do gerenciamento de talentos, derrotas e vitórias de um time. “É preciso saber administrar o sucesso e o fracasso em uma equipe, pois ambos são temporários. O sucesso só acontece com a união de todos. Se pudéssemos escolher, gostaríamos que todos os jogadores tivessem talento, mas também fossem bons de trabalho porque somente o talento não é suficiente. Sobre perdas e derrotas sabemos que o perdedor acusa e busca desculpas, já o vencedor decide, planeja, realiza e toma decisões. Nossa vida é baseada em resultados”, enfatizou.
No primeiro dia do evento, na sexta-feira (15 de agosto), o treinador abordou os temas “Organograma de uma Equipe de alto nível” e “Técnicas de Treinamento” “Na organização de uma equipe falei sobre as diversos funções de uma equipe de alto nível, claro, que muitas equipes não tem o privilégio de trabalhar com todos os departamentos. Mas o objetivo era mostrar o ideal e deixar que eles se adaptassem à sua realidade. Na técnica de treinamento procurei mostrar as necessidades para se treinar e preparar uma equipe dentro dos diversos aspectos como ataque e defesa. E a programação de um treinamento atual”, contou Barbosa.
Ainda nas “Técnicas de Treinamento” Barbosa destacou a importância da presença do preparador físico para o sucesso de uma equipe. “A preparação física é uma ciência. Quando assumi a seleção brasileira pela primeira vez em 1966, me convidaram para fazer o trabalho de renovação. A minha primeira solicitação foi a presença de um preparador físico. E foi assim que iniciamos a geração de Hortência, aos 17 anos, e de Paula, aos 14, esses grandes gênios do basquete. Quando não se há estatura em uma equipe é necessário ter outras características, como velocidade, marcação quadra toda e tiro de três pontos. E para essa sustentação da velocidade e condição física é necessário um bom preparador. Já nos lances só existe uma maneira de melhorar, que é com repetição. Isso aprendi com os asiáticos. Tivemos que criar condições para achar o nosso caminho”, explicou.
Na sequência, o treinador brasileiro foi para a quadra onde foram realizadas a parte prática das aulas. “O objetivo é encontrar a melhor maneira de atingir o sucesso. Então preciso me preocupar e pensar quando dou um treino de defesa, ataque e melhorar o nível da minha jogadora. Meu objetivo é mostrar exercícios de defesa e ataque, mas como é um grupo muito heterogêneo quero mostrar de uma forma que todos aproveitem um pouco”, finalizou Barbosa.
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