Olá, pessoal, tudo bem? Me chamo Fábio Balassiano, tenho 34 anos, moro no Rio de Janeiro, sou jornalista e acompanho basquete fortemente desde 1998. Tenho um blog, o Bala na Cesta, e sou entusiasta do basquete feminino há bastante tempo. A primeira grande competição que, jornalisticamente, cobri, foi o Mundial de 2006 no Ibirapuera, em São Paulo, e o primeiro campeonato que me lembro de ter assiduamente acompanhado foi o Nacional Feminino de 1998 que teve o Fluminense como vencedor.

A partir de hoje estarei por aqui com uma coluna semanal não só pra falar das cestinhas, reboteiras ou melhores assistentes da rodada, mas sobretudo de aspectos de fora da quadra, diferentes dos que estamos acostumados a ver. Sou formado em jornalismo, mas desde 2009 trabalho como marketing e comunicação empresarial, gostando tanto das cestas quanto das boas gestões e dos pensamentos inovadores, os famosos “fora da caixa”.

E pra começar acho que o principal ponto atende pelas transmissões na Web. Sou, digamos, um produto do meio (internet) e como não poderia deixar de ser fico absurdamente feliz quando vejo quase todos os jogos da atual edição da Liga de Basquete Femininos sendo exibidos na grande rede. Sei do esforço da nova diretoria para colocar isso de pé, bem como do trabalho dos clubes, e acho que vale dizer que isso não é bom apenas para a gestão da LBF.

Uma das grandes dificuldades que a gente, como amante do basquete feminino, tem é acompanhar mais de perto os times, as atletas, as comissões técnicas. Basquete é um esporte de números, muitos números, estatísticas e estudos avançados, mas não é só isso. Ver para embasar o número é fundamental. E estar vendo sempre cria o hábito, educa o olhar, transforma quem nunca viu em fã e quem já conhece em “viciado”. Pros jornalistas, então, é um prato recheado, pois acompanhamos o jogo, conhecemos novos personagens e já estruturamos análises baseados no que estamos vendo – e não apenas nos números, quase sempre frios.

Neste último domingo, por exemplo, pude conhecer mais de perto a jovem Thayná. Ela foi fundamental na vitória de seu time, o São Bernardo, contra Catanduva por 77-69. A ala de 20 anos mostrou um arsenal ofensivo incrível e terminou com 30 pontos, a sua melhor atuação na atual LBF. Foram infiltrações, jogadas de costas pra cesta, arremessos longos e cortes bem interessantes em direção a cesta. Há um, dois anos, seria impossível eu saber disso tudo. Veria as estatísticas, abriria um sorriso, mas não teria a menor noção de como foram os pontos dela e nem mesmo as movimentações que ela usou para chegar a tal marca.

Pelo lado dos clubes, há um aspecto maravilhoso nisso tudo. Além do poder “mensurador” (de medir tudo) na internet, há a chance de mostrar aos patrocinadores das equipes que a marca deles está sendo exposta em mais um canal (e com dados totalmente em tempo real, comprovados e com dados demográficos de alta análise). Ao invés do singelo “teremos apenas xxxx jogos na televisão para que o nome do patrocinador seja exposto”, agora todas as agremiações podem conversar com os já apoiadores e com futuros incentivadores mostrando que quase todas as partidas serão exibidas e, no final de cada ciclo (mês, turno, campeonato etc.) apresentar um relatório consolidado e consistente de retorno sobre o investimento de cada um deles.

No final da noite deste domingo, pra vocês terem uma ideia, eu me peguei vendo Uninassau x Vera Cruz Campinas e logo em seguida Santo André e Presidente Venceslau. Não me lembro de ter assistido a três partidas de basquete feminino no mesmo dia em toda a minha vida, sinceramente. Tive contato com os patrocinadores destes seis times, e eles comigo, um cara de 34 anos que não iria ao ginásio (moro no Rio de Janeiro e as partidas foram em São Bernardo, Recife e Santo André) devido a distância. A internet aproxima os fãs do jogo e as marcas dos fãs.

Isso tudo, creiam, dá, além de uma animação em quem acompanha o basquete feminino, muita credibilidade e sobretudo sustentabilidade para a modalidade. Assim se começa uma mudança de cultura, uma transformação no esporte. Aos poucos vou trazendo outros aspectos de mudança nesta LBF pra vocês.