André Brazolin é o responsável por um dos mais admiráveis e animadores projetos da Liga de Basquete Feminino. À frente de um São Bernardo que aposta, investe e desenvolve jovens meninas como Thayná e Lays, convocadas para a seleção brasileira após despontarem na última LBF inclusive, André conversou com o Na Cesta do Bala sobre o último campeonato e os próximos passos do torneio mais importante do basquete feminino brasileiro.
Qual a sua avaliação da edição de 2018 da LBF? O que melhorou dentro e fora de quadra?
ANDRÉ BRAZOLIN: Olha, creio que foi excelente. Dentro das quadras, o nível técnico melhorou bastante em relação aos anos anteriores e acredito que temos grande potencial para evoluindo dentro das quadras. E fora das quadras, consigo perceber claramente que o basquetebol feminino voltou a brilhar, não apenas chamando atenção da imprensa, mas de torcedores e patrocinadores também.
Como dirigente de um time novo na Liga, o São Bernardo / Instituto Brazolin, qual o ponto que ainda merece ser muito debatido?
BRAZOLIN: A Liga Nacional Feminina está no caminho certo. Além de muita competência na administração, nosso presidente Ricardo Molina tem humildade de escutar a todos os treinadores, dirigentes e principalmente as jogadoras, nossas verdadeiras estrelas. Acredito que a principal dificuldade é a parte financeira, mas estamos muito otimistas que em breve teremos novos patrocinadores / apoiadores. É uma questão de continuidade e acho que estamos no caminho certo agora.
Para quem não conhece, poderia falar um pouco mais sobre o projeto de São Bernardo / Instituto Brazolin ? Vocês começaram o campeonato com um time muito jovem, desenvolveram atletas e terminam com 2 delas, Thayná e Lays, convocadas pra seleção…
BRAZOLIN: O Instituto Brazolin, através do Projeto Anjos do Esporte, foi homenageado como o Melhor Projeto Social da LBF Caixa 2018 e por isso parabenizamos a todos os envolvidos: a Secretaria Municipal de Esportes, pelo apoio e parceria, os atletas, professores, treinadores, voluntários e familiares. Atualmente o Instituto trabalha com 1.200 crianças e jovens, sendo 400 no alto rendimento (basquetebol e handebol) e 300 no social (basquetebol e futebol) em 6 núcleos de São Bernardo do Campo. Estamos encantados com a oportunidade que a CBB proporcionou para as duas atletas e mesmo num time jovem ambas assumiram responsabilidade e liderança de veteranas. Aliás, as duas saíram de projetos sociais. A armadora Lays veio de um chamado DNA, localizado na zona leste de São Paulo e a Thayná, grande revelação do campeonato, do social da Mangueira, do Rio de Janeiro. Acreditamos que todos os projetos sociais bem realizados tanto na parte da educação e dos treinamentos são ferramentas transformadoras dos atletas. Por isso acreditamos que estamos no caminho certo, seja no social, seja no alto rendimento.
Você consegue projetar os próximos passos de São Bernardo / Instituto Brazolin? Como o time pensa em se organizar visando a próxima temporada?
BRAZOLIN: A Prefeitura de São Bernardo do Campo, junto com o Instituto Brazolin, UNIP e Esporte Clube São Bernardo, estão juntos para chegar forte em 2019. Temos como meta que queremos ficar entre os quatro primeiros e em 2020 ser o melhor time da Liga por muitos anos. É o que está em nosso planejamento.