Quando a Liga de Basquete Feminino anunciou que nove equipes jogariam a edição de 2018 eu confesso que me assustei um pouco. Com grandes estrelas do basquete brasileiro jogando no exterior (Érika, Clarissa e Damiris, principalmente), como seria a montagem dos elencos visando a temporada? A julgar pelo começo do campeonato, a resposta é: jovem, bem jovem.
Se é verdade que as divisões de base do basquete feminino brasileiro precisam de uma grande reciclagem e de muito apoio, também é verdade que continuam sendo formadas atletas constantemente. E em um cenário com nove equipes, mais de 100, digamos, postos de trabalho as oportunidades (e o sonhado tempo de quadra) aparecem que é uma beleza. Uma rápida olhada nas estatísticas iniciais dessa LBF e conseguimos notar isso.
São Bernardo, por exemplo, possui apenas uma atleta com mais de 22 anos (Julia, com 30). Thayná, Lays e Milena, as três líderes em pontos do time (19,3, 11 e 10,7, respectivamente), possuem 22, 19 e 19 anos. Thayná, aliás, é a líder em pontos e eficiência (23,3), além de a segunda com mais rebotes (9,3/jogo).
Quem também tem jogado bem é a jovem Vitoria Marcelino. Natural de Jacareí e com passagem por todas as seleções brasileiras de base, a ala 1,81m registra 12,3 pontos, 4,3 rebotes e 15,7 de eficiência pelo Sampaio Correa, um dos favoritos ao título da temporada.
Tassia não é mais tão jovem (25 anos), mas parece confortável com a carta-branca que Roberto Dornellas lhe dá no Uninassau, de Recife. Após duas partidas irregulares, foi bem contra o Ituano na semana passada com 19 pontos e 4 assistências quando ficou menos tempo com a bola nas mãos e mais em deslocamento para receber passes sobretudo de Casanova.
Estes são apenas três dos exemplos de atletas que estão sendo reveladas nesta LBF. Certamente mais virão, já que há espaço para novidade e as equipes entendem que, sem investir no presente, não há futuro pro basquete feminino brasileiro. É fundamental que as jogadoras se preparem para as oportunidades, e que os clubes deem às atletas todo subsídio para que elas desempenhem bem seus papéis.
Com isso, todos têm a ganhar – atletas, clubes e até mesmo a seleção brasileira, que pode começar a sonhar com uma nova geração pra sua equipe nacional.