Débora, Isabela Ramona, Jennifer Nonato e Alana são algumas das brasileiras que rumam ao velho continente

A pandemia pode ter frustrado a realização da edição 2020 da LBF CAIXA, que comemorava os dez anos de fundação da Liga de Basquete Feminino, mas a modalidade ainda tem motivos para comemorar neste ano.

Isto porque uma nova leva de atletas brasileiras está indo representar o país no basquete europeu, como o Painel do Bert destacou na última semana e o Estado de São Paulo repercutiu no último domingo (2/8), com Isabela Ramona – de malas prontas para a Bulgária – ocupando boa parte da capa da versão impressa do jornal.

Desde 2019, quando o principal torneio de basquete feminino do país passou a iniciar sua temporada em 8 de março, no Dia Internacional da Mulher, o calendário nacional deixou de conflitar com o europeu, facilitando o novo êxodo e permitindo que as atletas possam atuar nos dois continentes, durante todo o ano.

O planejamento implementado pela gestão de Ricardo Molina – hoje licenciado -, permitiu o retorno em 2019 de grandes nomes da Seleção Brasileira após anos de ausência, como as pivôs Clarissa (que foi campeã da última liga pelo Sampaio Basquete), Érika (eleita para o quinteto ideal pela Uninassau/Cabo e que estava acertada com o tricolor do Maranhão para este ano) e Nadia, finalista com o Vera Cruz Campinas, além da ala Isabela Ramona, que defendeu a equipe pernambucana.

O ano de 2019, aliás, resgatou o brio da modalidade no país, sobretudo com a chegada do técnico José Neto, que em poucos meses implementou uma nova filosofia e trouxe resultados como a conquista do PAN-Americano – que não vinha desde 1991 – e a medalha de bronze na Copa América. A vaga para as Olimpíadas de Tóquio ficou por um triz, mas o bom trabalho brasileiro é credenciado pelas novas contratações.

“É muito importante para o basquete brasileiro ter esse intercâmbio, das jogadoras poderem jogar uma liga fora do brasil, adquirindo experiência, mais ritmo de jogo em campeonatos fortes e depois terem a possibilidade de trazer tudo isso para as atletas que estão aqui. Acho super válido e muito legal essa possibilidade que a liga cria (com o calendário ajustado). Contribui demais para a qualidade da Seleção”, opina Neto.

Das oito brasileiras já confirmadas na Europa, três terão sua primeira experiência no velho continente: a pivô Jennifer Nonato, rumo ao Gdessa Barreiro, de Portugal, e as armadoras Alana (Melilla, da Espanha) e Débora, que vai para a Escandinávia defender o Luleå Basket, da Suécia. A atleta, que tem contrato com o SESI Araraquara até o fim de agosto, foi elogiada pelo diretor técnico da nova equipe, Christer Sehlin.

“Débora é uma armadora de alta velocidade que gosta de envolver as outras jogadoras, além de ser uma boa defensora que dificulta as coisas para seus oponentes”, disse o dirigente ao site do clube sueco, à época do anúncio.

E o número ainda deve aumentar, pois atletas como a veterana Érika, a MVP das finais de 2019 Tainá Paixão e terceira cestinha da história da LBF, Patty, estão em negociações com clubes do velho continente e poderão ser anunciadas nos próximos dias. Isso sem contar a argentina Melisa Gretter, que após quatro anos e dois títulos da LBF CAIXA, acertou sua transferência para o Estudiantes, da Espanha.

Experiência na Espanha irá enriquecer seu jogo, espera Alana Gonçalo (Jorge Bevilacqua)

Caso o calendário de 2021 da Liga de Basquete Feminino seja mantido, as brasucas ainda poderiam voltar para a disputa do nacional. Com a experiência na Espanha, Alana poderá ser um reforço de peso na busca por seu primeiro título da LBF CAIXA, como deseja a atleta.

“Minhas expectativas são de fazer uma grande temporada na Europa, aprender ao máximo o estilo de jogo espanhol, que é um dos melhores do mundo, e adicionar o máximo no meu arsenal para melhorar o meu jogo”, diz a jogadora da seleção.

Experiência essa que é fundamental, como ratifica Virgil Lopez, treinador com passagens pelo Sampaio Basquete e auxiliar técnico da seleção.

“Para poder evoluir como atleta é importante confrontar-se com outros estilos de jogo. Isso cria problemas inicialmente (período de adaptação), que terão que ser resolvidos (evolução). As formas de trabalho são diferentes e (elas) irão enxergar uma outra perspectiva do basquete. Com tudo isso, nossas meninas voltarão melhor, tenho certeza”, afirma o franco-brasileiro.

A CAIXA Econômica Federal é a patrocinadora oficial da Liga de Basquete Feminino, que tem a chancela da Confederação Brasileira de Basketball (CBB) para organizar a LBF CAIXA. A competição tem a TV Cultura como emissora oficial, a GOL como companhia aérea oficial e a Wilson como marca esportiva oficial.

BRASILEIRAS PELA EUROPA

BULGÁRIA

Isabela Ramona – WBC Montana 2003

ESPANHA

Alana – Club La Salle Melilla

Nadia Colhado – Lointek Gernika Bizkaia

PORTUGAL

Gabriela – União Sportiva

Jennifer Nonato – Gdessa Barreiro

Raphaella Monteiro (clube ainda não divulgado)

SUÉCIA

Débora Costa – Luleå Basket

TURQUIA

Clarissa – Izmit Belediyespor

 

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