Dona de grande história dentro do basquete feminino, a ala/armadora Karla Costa, do Corinthians/Americana, rodou o Brasil atrás da bola laranja, ao atuar por times de Brasília, Minas Gerais e diversos no Estado de São Paulo. Além disso, escreveu sua história com a camisa da Seleção Brasileira, ao disputar os Jogos Olímpicos de Atenas (2004), Pequim (2008) e Londres (2012).

Desde a temporada 2008 Karla defende as cores do Americana, clube em que se tornou referência e venceu completamente tudo que disputou. Aos 37 anos e mesmo atuando ao lado de grandes atletas, Karla se mantém entre as peças chaves do elenco do técnico Antônio Carlos Vendramini, com atuações seguras e grande liderança em quadra.

Uma das grandes atletas do principal campeonato de basquete feminino, Karla Costa falou sobre sua carreira, opinou sobre a LBF, contou curiosidades sobre sua vida e tocou em outros assuntos. Confira a entrevista com a ala/armadora do Americana:

(Marcello Zambrana/Inovafoto)

Dona de grande história no basquete feminino brasileiro, Karla Costa vive grande fase, aos 37 anos, e ainda se mantém entre as principais atletas do Brasil (Marcello Zambrana/Inovafoto)

– Evolução da LBF

A estrutura está melhorando com os anos, a organização também, e isso faz com que as equipes consigam se planejar melhor na parte de treinamentos para conseguirem se manter em alto nível durante todo o campeonato. Acho que ainda existe muita coisa a ser copiada em relação ao campeonato nacional masculino, mas estamos no caminho certo.

(Divulgação/Pinterest)

Karla Costa já defendeu a camisa verde-amarela do Brasil em três edições de Jogos Olímpicos (Divulgação/Pinterest)

– Jogos Olímpicos

Defender a Seleção Brasileira é o sonho de qualquer atleta, de qualquer esporte. Jogar uma Olimpíada também é sonho, disputar três edições então, nem no melhor pensamento. Esse sempre foi meu sonho de criança, sempre soube que era isso que eu queria fazer da minha vida, por isso me dediquei e me dedico com muito amor todos os dias, e é muito legal ver o resultado surtindo efeito.

– Espelho no NBB

Gosto muito do Marcelinho, do Flamengo. Mesmo com todos dizendo que ele já não é mais o mesmo, é sempre muito bem marcado, isso mostra que se importam com ele, sabem que ele é perigoso e que se estiver livre vai aprontar. Além disso, ele vem provando que idade não tem muito a ver com o “Dom’ que ele tem no basquete.

– Referência no basquete

Sempre quis ser Paula ou Hortência, prendia o cabelo igual, usava ‘faixinha’ na cabeça, tentava imitar o que elas faziam. Eram as melhores e eram elas que eu queria ser dentro de quadra.

– Vida fora do basquete

A vida está corrida agora com meu negócio gastronômico, mas muito satisfatória. Aos poucos estamos nos firmando com o “Comer Sem Culpa”, ficando conhecidas na cidade. Mas, sinceramente, dividir o tempo está puxado. Acredito que todo esse esforço um dia valerá a pena.

– Fórmula da vitória

Nosso companheirismo, trabalho em equipe e perfil de atletas vencedoras faz muita diferença em Americana. Nunca estamos satisfeitas com os resultados e buscamos sempre mais. Sempre com uma motivando a outra o tempo todo, esse é o nosso tempero secreto que vem dando muito sucesso para todas nós.

Equipe do Americana

Verdadeiro campeão de tudo nos últimos anos, o Americana segue entre as principais forças do basquete feminino brasileiro (Paulo de Tarso/Sampaio Basquete)

– Auge aos 37?

Em primeiro lugar, a principal fórmula é amar o que faz. Sou feliz demais jogando basquete, por isso acordo todos os dias pra buscar o meu melhor. Depois eu me cuido muito, me alimento bem, durmo cedo, jogo tênis, faço natação as vezes, massagem duas vezes na semana pra recuperar minha musculatura mais rápido. Acredito que essa mistura me deixa bem fisicamente e mentalmente para atuar em alto nível.

– Após a carreira

Tenho perfil fora da quadra, gosto de resolver as coisas, correr atrás, tenho ideias e planos para colocar em prática. Aos poucos vou me afastando e começando a me dedicar a quem tanto me deu. Espero quando parar de jogar, poder retribuir tudo que o basquete me proporcionou.

– Jogos históricos

Tenho três partidas muito especiais em minha carreira. A primeira foi um jogo nacional quando eu jogava em Guarulhos contra Uberaba. Naquele dia anotei 42 pontos, meu recorde pessoal. Outro jogo muito especial foi o amistoso contra os Estados Unidos antes dos Jogos Olímpicos de Londres. Foi tudo perfeito. Jogar contra as melhores atletas do mundo e ainda ter um bom desempenho em quadra me marcou demais.

Pra finalizar, o jogo contra a Austrália na própria Olimpíadas. Perdemos de um ponto, mas fizemos nosso melhor jogo na competição e logo contra uma das maiores potências do basquete mundial.

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Uma das três partidas mais marcantes da vitoriosa carreira de Karla Costa foi contra a forte seleção da Austrália (Divulgação)