A Federação Internacional de Basketball (FIBA) anunciou recentemente que algumas regras que foram validadas em setembro de 2012 passarão a vigorar em 1º de outubro de 2014. A experiente árbitra Tatiana Steigerwald (foto) acredita que a modificação do tempo de posse de bola após o rebote ofensivo, baixando para 14 segundos, vai ser a mais significativa.
“Esta é uma grande modificação, que a meu ver trará realmente uma maior dinamismo ao jogo ao fazer com que a equipe que obtenha rebote ofensivo reorganize seu ataque tendo agora 14 segundos e não mais 24 para fazê-lo. Especialmente, em jogo que uma equipe está vencendo e o tempo terminando, a possibilidade de ‘gastar o tempo’ diminuirá já que terá de arremessar mais rápido e daí abre oportunidade do time que está perdendo recuperar a bola para diminuir a desvantagem”, explica.
Confira as demais mudanças e as considerações de Tatiana Steigerwald sobre cada item alterado:
Tempos técnicos: atualmente, no primeiro tempo da partida, cada equipe pode pedir dois tempos técnicos. Já no segundo os times têm três pedidos de tempo, sendo que agora as equipes só poderão pedir no máximo dois tempos nos últimos dois minutos para evitar o número excessivo de paradas no final do jogo. Em caso de prorrogação, cada time terá o acréscimo de um tempo.
“O fato de poder pedir apenas dois tempos nos dois minutos finais do quarto período, mesmo tendo três tempos, diminuirá a quantidade de paralisações possíveis, consequentemente agilizará o jogo”, opina Tatiana.
Faltas técnicas: na regra anterior a falta técnica contava apenas como falta pessoal e dava ao time que sofreu o direito de bater dois lances livres e a posse de bola. O jogador só era excluído da partida se cometesse duas faltas antidesportivas. Na nova resolução, o atleta que receber duas faltas técnicas está expulso e o time beneficiado terá apenas um lance livre seguido da posse de bola.
“A desqualificação de um jogador que cometer duas Faltas Técnicas segue a linha de tornar o jogo mais ‘limpo’ que a FIBA tem buscado através de várias formas. Já o fato de diminuir a quantidade de Lances Livres para apenas um e mais a Posse de Bola, agiliza o jogo, é menos tempo com cronometro parado”, observa Steigerwald.
Falta de ataque no semicírculo: se o jogador de defesa, ao tentar um bloqueio, estiver agora com o pé na linha do semicírculo do garrafão, ele cometerá uma falta defensiva.
“Em minha opinião, não fará grande diferença, já que o espaço aumentou apenas cinco centímetros e para a visualização pelo árbitro independe”, explica a árbitra.
Numeração: o critério de numeração dos jogadores também foi alterado. A FIBA liberou os atletas a usarem numerações de 0 a 00 e de 1 a 99.
“É mais uma aproximação das Regras FIBA com as da NBA. A tendência é que, em algum momento eles se tornem iguais”, opina Tatiana.
Conclusão
“Vejo estas alterações sem influência real a do semicírculo e a da numeração; vejo como tentativas de agilizar/dinamizar as alterações sobre Tempo Debitado, Falta Técnica passar a ser 01 Lance Livre mais Posse e, muito especialmente, os 24 Segundos. Os jogadores deverão se adaptar aos 24 Segundos, mas é uma questão até mais tática, de estratégias”, relata a árbitra.
“Não acredito que seja de difícil adaptação. E, para a questão de desqualificação por duas Faltas Técnicas, será bom para os psicólogos tratarem dos ‘muito chatos/reclamões’, já que reclamações são os principais motivos para Falta Técnica”, finaliza Tatiana Steigerwald.
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Foto: Arquivo