Chegou a hora de conhecer o campeão da sexta edição NBB. Depois de 203 dias e 315 partidas disputadas, somente duas equipes sobreviveram e farão o último jogo da competição, o jogo que definirá o dono do lugar mais alto do pódio. Dois melhores times da fase de classificação, Flamengo e Paulistano/Unimed duelarão pelo título da temporada 2013/2014 do maior campeonato do país, na manhã deste sábado (31 de maio), na HSBC Arena, no Rio de Janeiro (RJ), às 10h10 (de Brasília), com transmissão ao vivo pela Rede Globo e pelos canais SporTV.
Dono da melhor campanha da primeira fase da competição, com 26 vitórias em 32 jogos (81,3% de aproveitamento), o time comandado pelo técnico José Neto chega para sua segunda Final seguida, a quarta na história do clube e, além disso, terá a chance de conquistar seu terceiro título do NBB e se igualar ao seu maior rival, o tricampeão UniCEUB/BRB/Brasília, na lista do ranking de maiores vencedores do campeonato.
“Este é o momento que nós esperamos e trabalhamos o ano todo para que chegasse. É maravilhoso finalmente estar aqui, mas o título ainda não foi ganho, temos muito trabalho a ser feito ainda. O Paulistano é um grande adversário e nós teremos que dar nosso melhor para ter a oportunidade de vencer a partida”, disse o pivô norte-americano Jerome Meyinsse, do Flamengo.
Do outro lado está o Paulistano, considerado uma das maiores sensações da edição 2013/2014 do NBB. Vice-líder da fase de classificação, – a melhor posição do clube na história –, com rendimento de 23 resultados positivos em 32 jogos (71,9% de aproveitamento), o time dirigido pelo técnico Gustavo De Conti fez uma campanha de encher os olhos e foi superando as próprias marcas durante o campeonato, sucesso esse que os fez chegar até decisão da principal competição do país pela primeira vez.
“O que esperamos é entrar em quadra e jogar um bom basquete. Fazer arremessos, passar a bola, cada um fazendo o seu arremesso. Vamos entrar e competir o tempo inteiro. É por causa dos detalhes que conseguimos seguir em frente. De detalhe em detalhe. São como treinos. Treinamos essas coisas pequenas, tidas como menores. São essas coisas pequenas que farão com que as coisas saiam da maneira correta”, afirmou o ala norte-americano Desmond Holloway, do Paulistano, cestinha da equipe com média de 18,1 pontos por jogo.
Para chegar à sua quarta decisão na história, a segunda de maneira consecutiva, o Flamengo percorreu um caminho sólido, absoluto e sem maiores deslizes no NBB. Ainda por cima, mesmo com a competição nacional em andamento, a equipe carioca faturou o título inédito da Liga das Américas, a “Libertadores do Basquete”, e conquistou a vaga para o Mundial de Clubes contra o campeão da Euroliga, o Maccabi Tel Aviv, de Israel.
Ao terminar a fase de classificação na liderança, os comandados de José Neto descansaram nas oitavas de final e tiveram aproximadamente 30 dias até seu adversário ser definido. Após este período, o rival nas quartas foi o forte Paschoalotto/Bauru, que venceu o primeiro jogo da série, mesmo em solo carioca, por 74 a 70. Depois disso, o Flamengo se recuperou e triunfou nos três jogos seguintes, fechando a série em 3 a 1.
Já na semifinal, o adversário foi o Mogi das Cruzes/Helbor, primeiro 12º colocado na fase de classificação a chegar tão longe em um NBB e, talvez, a maior sensação do campeonato. A série foi dura, os rubro-negros tornaram a perder um jogo em casa – o Jogo 2, por 69 a 65 –, porém, assim como no confronto anterior, a equipe carioca se recuperou, venceu os dois duelos seguintes e avançou à Final ao fechar o confronto por 3 a 1.
“A equipe foi montada para brigar por títulos. É claro que a gente tem que trabalhar pra que isso aconteça. O caminho não é fácil. O caminho muito é duro. Para a partida que coloca em jogo o título do campeonato, o que passou só serve para dar confiança Temos consciência disso e vamos trabalhar para ganhar mais uma vez”, analisou o comandante rubro-negro, José Neto.
O Paulistano, por sua vez, já entrou no NBB vindo de uma final, a do Campeonato Paulista, coisa que não acontecia há quatro anos. Mesmo sendo derrotados pelo campeão Bauru e ficando com a medalha de prata, a equipe alvirrubra se sentiu mais motivada, confiante, e iniciou sua caminhada na sexta edição do maior campeonato do país com a moral lá em cima.
Assim como seu adversário na Final, Flamengo, os comandados de Gustavo De Conti fizeram uma fase de classificação bastante regular, sem sair dos trilhos, vencendo grandes jogos e apresentando um basquete de primeira qualidade. No fim da primeira fase, veio a inédita vice-liderança, melhor posição do Paulistano na história do NBB. Com essa colocação, veio o merecido descanso durante as oitavas de final, algo fundamental em uma competição tão dura quanto o NBB.
Mesmo descansado, o caminho da equipe alvirrubra não foi fácil até a decisão. Nas quartas, o adversário foi o brioso Vivo/Franca. Em uma série disputadíssima, com alternâncias de liderança, vitórias fora de casa e decidida apenas no Jogo 5, o Paulistano fez valer o mando de quadra e ganhou o confronto, por 3 a 2, chegando, assim, à semifinal pela primeira vez em sua trajetória no NBB.
Mas o time não estava satisfeito. Diante do experiente São José/Unimed, que disputava a fase que antecede a decisão do NBB pela quarta vez, o esquadrão da capital paulista novamente fizeram uma série marcada por vitórias na casa do adversário, mas assim como a anterior, mostraram toda sua força e competência para fazer valer o mando de quadra e conquistar a histórica e inédita vaga na Final da sexta edição do NBB.
“O caminho que percorremos até aqui nos deu muita confiança. Você vai ultrapassando as fases e vai se sentindo melhor, mais importante, com condições de brigar lá em cima. Mas agora isso passou, ficou para trás. Tudo que fizemos a temporada inteira, todo o caminho até aqui, não importa mais. Com o Flamengo será tudo diferente”, afirmou De Conti.
Nos duelos da fase de classificação, o Flamengo conseguiu duas largas vitórias sobre o Paulistano. Jogando em casa, no primeiro turno, a equipe do técnico José Neto aproveitou as ausências do adversário devido a decisão do Campeonato Paulista e levou a melhor, pelo placar de 80 a 58. O destaque ficou por conta de Marcelinho Machado, que em seu retorno ao NBB depois de perder a temporada passada inteira por lesão, anotou 19 pontos.
Já no returno, em solo paulista, o cenário era diferente, mas o desfecho foi o mesmo. Tranquila vitória rubro-negra, por 31 pontos de diferença, placar de 98 a 67. Os principais nomes do triunfo foram o ala/pivô Olivinha, com um duplo-duplo de 25 pontos e 14 rebotes, e do ala Marquinhos, autor de 16 pontos, e do armador argentino Laprovittola, com 14. Pelo lado alvirrubro, o maior pontuador foi Manteguinha, com 19 pontos.
“Sem dúvidas o Paulistano conhece todas as armas da nossa equipe. Jogamos duas vezes contra eles nessa temporada, jogamos um playoff contra eles ano passado. O Gustavinho (De Conti, técnico) está fazendo um grande trabalho lá e com certeza vai armar alguma coisa para nos surpreender, assim como o (José) Neto também está nos treinando algumas coisas especiais para esse jogo. Não dá pra fazer igual a temporada, pois o Paulistano virá preparado e precisamos fazer coisas novas. Espero que dê tudo certo”, analisou o rubro-negro Olivinha.
“O jogo com certeza não será igual, realmente os dois primeiros jogos tivemos vitórias largas contra o Paulistano, mas agora é jogo único, o jogo é totalmente diferente, as estratégias também. A pressão está quase toda com a gente, por estarmos jogando no nosso Estado, nosso ginásio e também com a nossa torcida. Espero que o final seja o mesmo que os dois jogos”, comentou o ala Marquinhos, do Flamengo.
“Perdemos dois jogos feios para eles na fase de classificação. Precisamos pensar só no Flamengo. Vamos estudar os jogos que fizemos com eles, analisar os erros que cometemos e acertar tudo. Vamos virar especialistas em Flamengo agora”, finalizou o técnico do finalista Paulistano, Gustavo De Conti.
“A gente sabe do poder ofensivo do Flamengo e estamos trabalhando em cima disso, para tentar anular esse poder ofensivo deles nos mínimos detalhes. Às vezes uma rotação, uma coisa que pode parecer pequena pode ser decisiva. Por isso teremos que entrar bastante focados para fazer um bom jogo”, frisou o ala/pivô Renato Carbonari, do Paulistano.
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Foto: João Pires/LNB/Divulgação
Fonte: Liga Nacional de Basquete