“Num primeiro momento, foi uma mistura de surpresa, indignação e um pouco de raiva. Depois, transformou-se numa grande tristeza.” Assim, Virgil Marc Michel Lopez, assistente técnico da equipe de basquete feminino da ADCF Unimed, definiu seus sentimentos com a sequência dos atentados terroristas praticados por radicais islâmicos, na França. As ações provocaram 17 mortes: 12 na revista Charlie Hebdo, uma em Montrouge e quatro numa loja judaíca. A polícia francesa matou os três extremistas envolvidos nos ataques.
Virgil é francês. Nasceu há 37 anos em Orange e antes de vir para o Brasil, em 2008, morava em Montpellier. Casado com a ex-jogadora de basquete Adriana Santos, o assistente técnico da ADCF Unimed disse que jamais imaginou que seu país passaria por situação como essa. “Nesta época do ano, por causa do grande número de turistas que vão à França, sempre há cuidado especial, geralmente relacionado a alertas sobre bombas, mas na proporção dos atentados nunca imaginei nada semelhante”, afirmou.
Fã dos cartunistas da Charlie Hebdo desde quando era criança – “eu sempre acompanhava o programa que eles tinham na televisão”, revelou -, Virgil Lopez contou que tem um tio e vários amigos que moram em Paris, onde ocorreram os ataques, e que todos ficaram bastante assustados. “Conversei com eles. Agora estão melhores, mas o susto foi bem grande”, frisou.
Para Virgil, episódios assis abrem portas para “eventos ruins” no futuro. O assistente técnico teme que possam ocorrer novos ataques de radicais islâmicos, principalmente em grandes cidades francesas. “Há incompatibilidade cultural muito grande entre a comunidade muçulmana que vive na França e os franceses. Isso é ainda mais acentuado em Marselha, onde moram milhares de mulçumanos. Por isso que tenho receio que outros atentados possam acontecer”, falou.
A preocupação de Virgil Lopez aumenta pelo fato de seus pais ainda morarem em Orange, que fica próxima a Marselha. “Estou à distância, mas tenho conversado quase que diariamente com minha família. A preocupação existe e é preciso ficar bem atento”, acrescentou.
Sobre a manifestação em homenagem às vítimas e contra o terrorismo, que reuniu milhões de pessoas em toda França e líderes de mais de 40 países em Paris, Virgil Lopez ficou surpreso e emocionado. “Acho que só houve algo parecido quando a França ganhou a Copa do Mundo de 1998, mas aí foi por uma questão de alegria. Foi, sem dúvida, bastante emocionante ver milhões de pessoas envolvidas numa mesma causa”, finalizou.
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