Além de serem irmãs, à armadora Babi (foto), de 29 anos, e ala/armadora Loredana, de 32 anos, têm em comum o fato de terem sido reveladas e jogado pelo time de Americana desde a infância, passando por todas as equipes de base até o time adulto, entre os anos de 1994 a 2004. Pertencentes a uma família de esportistas, a mãe jogou basquete na escola, e o pai foi jogador de futebol e teve a carreira abreviada por uma lesão no joelho, Loredana começou a jogar aos 10 anos e Babi aos 08 anos e cresceram juntas dentro do basquete, chegando a ser campeãs brasileiras jogando pela equipe adulta do Americana em 2003.
Após muitos anos dentro da mesma equipe, embora em categorias diferentes, as irmãs se separaram em 2004 quando Loredana foi para o São Caetano e viveu uma situação inusitada, jogando contra sua irmã Babi, onde permaneceu até 2006, quando decidiu tomar outro rumo em sua vida e optou por parar de jogar basquete profissionalmente, se casou e teve três filhos. Apesar disso, continuou a participar de jogos regionais e abertos do Interior pela cidade de Guarulhos.
Em relação ao fato de ter tido oportunidade de jogar ao lado de sua irmã Babi, Loredana fala com muita alegria e saudade. “Foi uma época muito boa, porque embora fossemos de categorias diferentes, quando ela chegou no juvenil, já compunha o time adulto ao meu lado e nosso jogo se completava, já que a Babi é uma armadora inteligentíssima, até hoje não vejo uma armadora com estas características, sua inteligência e visão de jogo excepcional, por isso era muito fácil jogar a seu lado, já que ela coloca o time para jogar de forma organizada no momento certo da partida. Foi muito bom jogar com ela e quem sabe, um dia ainda realizamos o sonho de jogar juntas novamente”, revela.
Retomada da carreira
No ano passado Loredana participou dos jogos Abertos do Interior por São Bernardo e decidiu voltar a jogar basquete e desde o início deste ano está atuando pela equipe do Ladies Basquete, comandada pelo técnico Karioca. Apesar de ter tido proposta para retornar ao São Bernardo e de jogar em um time do Peru, a ala/armadora preferiu seguir no Ladies Basquete, onde acredita muito no projeto.
“Acredito que o Ladies é um exemplo para o basquete feminino, é algo que deveria ser feito por outras equipes também, dando oportunidade para jovens talentos, além de outras atletas que tem muito potencial e teriam condições de estar em times de ponta do basquete nacional, se não fosse a política imediatista que muitas vezes não dá oportunidades a jogadoras mais jovens e aposta apenas nas experientes e mais consagradas. Acredito no Ladies por isso, o Karioca faz um trabalho muito bom com as meninas, acredita no potencial delas e é muito dedicado no que faz. A única coisa que falta para o time se impulsionar de vez no cenário do basquete feminino é um patrocínio para que possa ter mais estrutura”, afirma.
Para Loredana, o basquete feminino precisa de mais organização e ousadia para crescer novamente e se equiparar ao basquete masculino. “Acredito que na época em que comecei a jogar era bem diferentes, tinham equipes mais fortes. Hoje são poucas equipes e sempre as mesmas chegam as finais das competições, já no masculino, veja como o campeonato do NBB é organizado e com várias equipes fortes. Acredito que é preciso que haja mais ousadia por parte dos dirigentes e que deem oportunidade aos jovens talentos revelados na base, para que tenhamos uma nova geração de atletas, pois hoje a maioria que está jogando ainda, são aquelas com que joguei anos atrás. Considero que é preciso ter um trabalho de paciência das equipes não visando apenas os títulos imediatos, mas o trabalho a longo prazo, como o Brasília está fazendo. Só assim o basquete feminino poderá voltar a crescer ser forte como já foi”, acredita.
A carreira de Babi
Diferente de Loredana, Babi seguiu em frente em sua carreira e após breve passagem pelos times de Piracicaba em 2005 e Ponte de Campinas em 2006, retornou a equipe do Americana, onde conquistou diversos títulos dentre os quais: bicampeã paulista e bicampeã brasileira (2010 e 2011), tricampeã dos Jogos Abertos 2010 a 2012, campeã sul-americana de clubes em 2012, além da conquista do 5º lugar no campeonato mundial de clubes em 2004 na Rússia.
Após uma rápida saída para o time de São José, onde disputou o campeonato paulista em 2013, Babi retornou novamente à ‘sua casa’ para disputar a Liga de Basquete Feminino (LBF) – 2013/14 e na semana passada, conquistou junto com o time de Americana, o segundo título da competição, após a equipe vencer a série dos playoffs por 2 a 0 contra o o Sport Recife.
A armadora destacou a importância da conquista e o atual momento do Americana no basquete feminino nacional. “A conquista de mais este título é muito importante, é a sensação do dever cumprido, atingindo nosso objetivo maior que era o título. Esta conquista demonstra o bom trabalho que vem sendo feito pelo Americana, que considero a equipe mais bem estruturada no basquete feminino brasileiro atualmente”, ressaltou.
Em relação à experiência que viveu de ter jogado boa parte de sua carreira ao lado de sua irmã Loredana, Babi destacou como algo muito importante em sua vida. “É uma experiência única, crescemos juntas jogando basquete que é o que mais amamos na vida, e com certeza é uma experiência que levarei para sempre em minha vida”, destacou.
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Texto: Luís Galletta
Foto: Divulgação