A Liga de Basquete Feminino (LBF) conta com jogadoras estrangeiras desde a sua primeira temporada, em 2010. Mas o que a competição tem experimentado a cada ano é um crescimento no número de atletas de outros países, que chegam com currículos cada vez mais respeitáveis.
Na primeira edição da LBF, a competição contava com quadra estrangeiras, sendo três de Cuba e uma da Suécia. Yuli Cruz, da ilha do Caribe, e Anna Barthold, da Suécia, integravam o elenco do Catanduva. A cubana Plutin Tizon fazia parte do time de Ourinhos e sua compatriota Ariadna Felipe, nome já conhecido das quadras brasileiras à época, estava no Santo André.
As três cubanas haviam feito parte da seleção que conquistou o ouro no Pan-americano de Santo Domingo e desertaram para o Brasil em oportunidades diferentes. Assim como outra jogadora de Cuba conhecida no país, Lisdeivi Pompa, conseguiram se firmar no cenário nacional e conquistar espaços importantes em suas equipes. Ariadna foi a primeira estrangeira campeã da LBF, com o Santos André, na temporada 2010/11.
Na edição seguinte, o número de estrangeiras na competição dobrou. De quatro, a LBF passou a ter oito atletas de outros países. Essa foi a primeira vez que o torneio contou com norte-americanas em suas quadras. Além das cubanas que permaneceram, Cristal Kelly, dos Estados Unidos, e Brisa Rodrigues, do México, foram contratadas pelo Maranhão. A Colômbia teve duas representantes, Narylin Mosquera, em Ourinhos, e Yanet Arias, que se tornou campeã com a equipe de Americana.
Cristal Kelly havia atuado na WNBA, liga norte-americana de basquete feminino, por três temporadas com as equipes do Sacramento Monarchs e do Detroit Shock. Mas a novidade estrangeira que mais chamou a atenção foi a pivô Sandora Irvin.
Sandora já havia feito parte de importantes times da WNBA: Phoenix Mercury, San Antonio Silver Stars, Chicago Sky e Atlanta Dream. Em 2008, chegou até a Final da maior competição da modalidade com o San Antonio, conquistando o segundo lugar. A jogadora desembarcou em Americana, onde permaneceu até 2013 e então se transferiu para o Sport Recife na última temporada.
Na terceira edição da LBF, mais jogadoras de renome chegaram ao Brasil. Roneeka Hodges, uma veterana da WNBA, já havia passado por sete temporadas da liga norte-americana, tendo atuado no renomado Houston Comets, Minnesota Lynx e San Antonio Silver Stars quando entrou campeonato brasileiro. Jogou ao lado de Sandora Irvin em Americana e voltou na temporada seguinte com o Maranhão.
Alex Montgomery e Skylar Collins foram outros nomes que vieram para o país, mais especificamente para o nordeste. Collins havia sido campeã universitária em 2011, com a Texas A&M. As duas ganharam o primeiro lugar na LBF com o Sport Recife na temporada 2012/13. Nesta edição, que somou nove estrangeiras, as três cubanas e a colombiana Yanet Arias permaneceram e houve o acréscimo de Vico Souto, do Uruguai, no time de Guarulhos.
A última temporada, de 2013/14, teve o triplo de jogadoras estrangeiras em relação à primeira edição do campeonato. Além de Yuli Cruz, Plutin Tizon, Ariadna Felipe, Sandora Irvin, Roneeka Hodges, os times contaram com outros importantes reforços.
Americana adicionou ao seu elenco a paraguaia Paola Ferrari. O Maranhão contratou a sérvia Ines Ajanovic e a importante norte-americana Briann January. Anne Armstrong e Jasmine Janes, dos Estados Unidos, passaram a fazer parte do São José e Tiffany Hayes e Alex Bentley integraram o Sport Recife.
Dessas, Briann January foi a de maior relevância que chegou ao Brasil. A armadora havia acabado de conquistar o campeonato da WNBA, em 2012, se tornando a primeira campeã da liga norte-americana a jogar a LBF e agregando uma qualidade de extrema importância à competição. Depois de atuar pelo Maranhão e conquistar o título de melhor armadora da temporada 2013/2014, January foi convocada pelo técnico Geno Auriemma para o training camp da seleção dos Estados Unidos.
A partir da entrada de um elevado número de atletas estrangeiras, a Liga de Basquete Feminino teve a oportunidade de realizar um evento de grande importância no mundo esportivo: o Desafio das Estrelas. O jogo festivo aconteceu em São José dos Campos, e contou com o duelo entre um time de brasileiras e outro de estrangeiras (foto).
“Para mim, foi uma experiência incrível vir jogar no Brasil esse país tão lindo e ainda ver a liga de basquete feminino daqui crescer. Ainda teve o Jogo das Estrelas, que é uma oportunidade muito boa para os fãs verem não só as jogadoras brasileiras, mas também as estrangeiras. Eu acho que a LBF só tem a melhorar”, disse Briann January, que participou do evento em São José.
Além da exposição da LBF no exterior através da presença de times da competição no registro das jogadoras que vêm ao Brasil, as atletas do país, principalmente as mais novas, ganham uma oportunidade única, de jogar contra diferentes estilos em quadra e enfrentar nomes de grande qualidade.
A vinda de jogadoras estrangeiras para a LBF, principalmente de nomes importantes, mostra uma nova tendência no basquete feminino. Ao invés da concentração exclusiva na Europa durante a pós-temporada da WNBA, o Brasil se tornou uma nova opção no mapa para as “férias” das atletas, junto a China e Israel, além da Austrália, uma praça já clássica na modalidade.
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Texto: Roberta Rodrigues
Foto: Rodrigo Campos/LBF