Ruth se prepara para um lance-livre no Jogo das Estrelas LBF 2019 (Alexandre Carvalho/Arquivo LBF)

A terça-feira (13/4) amanheceu triste para o basquete feminino nacional. Ruth, pivô Campeã Mundial e Pan-Americana pela Seleção Brasileira, faleceu aos 52 anos, por complicações causadas pela Covid-19.

A ex-atleta estava internada desde o fim de março em Três Lagoas (MS), sua cidade natal, onde passava por tratamento intensivo, encerrado por volta das 6h30 da manhã.

“O basquete perde uma de suas referências históricas com a partida da Ruth. Nós, da LBF, agradecemos todos os seus anos de suor, dedicação e conquistas no esporte, e desejamos luz e conforto aos familiares e amigos desta grande mulher”, lamenta Ricardo Molina, presidente da LBF.

“Ruth é um nome para sempre marcado na história do nosso basquete. Tivemos a honra de homenageá-la em vida, no Jogo das Estrelas 2019. Força e paz a todos que a amavam”, acrescenta Valter Ferreira, vice-presidente da entidade.

Uma jovem Ruth (alto à esquerda) celebra o título mundial em 1994 (Arquivo CBB)

Descoberta em 1983 por olheiros paulistas, aos 15 anos Ruth já integrava a categoria de base da Unimep/Piracicaba, treinado à época por Maria Helena Cardoso e a auxiliar Heleninha. Na equipe piracicabana, a pivô foi cinco vezes campeã nacional e outras cinco paulista.

Aos 22, em 1991, integrou o elenco da Seleção treinada por Dona que bateu as norte-americanas por 87 a 84 no coliseu de Havana e recebeu a medalha de Ouro Pan-Americana das mãos do líder cubano Fidel Castro.

Em 1994, também estava entre as 12 convocadas por Miguel Angelo da Luz para a disputa do Mundial, na Austrália. Do outro lado do mundo, Ruth contribuiu com 6,5 pontos e 4,5 rebotes por jogo na histórica conquista, sendo a terceira principal reboteira e a quinta maior cestinha do grupo dourado.

Em sua carreira, defendeu clubes como Unimep, BCN, Unimed/Araçatuba e Ponte Preta, conquistando também o mundial de clubes. Aposentada, Ruth seguiu exercendo sua importância ao basquete treinando a equipe de base em Três Lagoas.

Sete das 12 campeãs mundiais – Ruth entre elas, de azul – participaram do Jogo das Estrelas LBF 2019 (Alexandre Carvalho/Arquivo LBF)

“Tive muitas alegrias no período em que joguei no BCN. Foi em Piracicaba e em Osasco, onde conquistei títulos importantes e vivi ótimos momentos de minha carreira”, disse Ruth em 2004, ao Painel do Basquete Feminino, hoje Painel LBF, do nosso colaborador, Bert.

Em junho de 2019, a ex-pivô participou do Jogo das Estrelas da LBF, em Araraquara (SP), que homenageou os 25 anos da conquista mundial. Na ocasião, ela também foi uma das juradas do Torneio de Enterradas e converteu um lance livre no jogo comemorativo.

“Isso aqui (a homenagem) é a valorização de um trabalho e uma vida que nós dedicamos ao basquete. Isso representa todos os brasileiros que sempre torceram pela gente. Então, para mim, é muito importante.”, disse Ruth, em entrevista à transmissão da ESPN.

A LBF homenageará Ruth nos quatro jogos marcados para o final de semana, de 15 a 18/4, com um minuto de silêncio antes de a bola subir.

Ruth foi uma das juradas nas enterradas do Jogo das Estrelas LBF 2019 (Alexandre Carvalho/Arquivo LBF)