Nascida em Havana, em Cuba, a ala Ariadna, que disputa a temporada 2015/2016 da LBF CAIXA com a camisa do Uninassau/América, é sem dúvidas uma das grandes figuras da história do principal campeonato de basquete feminino do Brasil, inclusive disputando a LBF CAIXA desde sua primeira edição e sendo a cestinha da história do campeonato, com 1.966 pontos.
Uma vez campeã com Santo André (2010/2011) e duas vezes campeã da LBF CAIXA com Americana (2013/2014 e 2014/2015), Ariadna defende a camisa do América de Recife na sexta edição do campeonato nacional e segue firme em busca de mais um título nacional em sua carreira no Brasil.
Cestinha da história da LBF CAIXA, Ariadna contou sobre seus jogos históricos, sobre seus primeiros passos no basquete, sobre suas amizades dentro e fora de quadra entre outros assuntos. Confira a entrevista com a ala do América de Recife:
– Diferença Brasil x continente sul-americano
Tecnicamente, falando de fundamento, os brasileiros são muito mais superiores. Em termos de organização, depois dos Estados Unidos, o segundo maior campeonato basquete feminino está aqui. Tanto é que contamos com várias atletas da WNBA, que não se pode ver no restante da América do Sul. As outras ligas sul-americanas, até por não ter tantas equipes, não contam com jogadoras de tanto nível.
– Transição para o América de Recife
Já me acostumei com esse fato de hoje jogar em um time que já foi meu adversário durante muito tempo. Aconteceu com Americana. Eu consegui uma adaptação muito boa lá, assim como aqui em Recife. Tanto a comissão técnica quanto todo o pessoal responsável, abriram as portas para mim e isso facilitou muito na minha adaptação.
– Recordes na LBF CAIXA
Eu fico feliz em ser a cestinha da história da LBF CAIXA, porque isso é fruto de um trabalho de todas as equipes por onde eu passei. Trabalho de todas as pessoas que me ajudaram, tanto treinadores como atletas. Espero que não pare por aí, que eu ainda consiga outros recordes e com isso, possa ajudar minha equipe.
– Jogos históricos
Teve um jogo contra o Sport, aqui em Recife na fase de classificação da LBF CAIXA 2013/2014, que apesar da gente (Americana) não conseguir a vitória, foi um jogo muito bom. Eu pontuei muito bem individualmente, mas senti um time inteiro jogando junto. A gente estava vindo de certas adversidades, mas eu senti a superação de todo um coletivo. Só quem fez parte desse jogo de Americana sabe do que eu estou falando. Então foi um jogo que realmente me marcou muito. Apesar do time não sair vitorioso no placar, saímos com a vitória moral.
– Espelho no NBB
Acompanho de perto o NBB e gosto muito do Shamell, que é um jogador que gosta de atuar individualmente e é muito forte nisso. Além disso, é um jogador que tem qualidade em três tipos de arremesso: pra três pontos, jump e infiltração, e também é um jogador que não foge da responsabilidade.
– Espelho no basquete
Simplesmente Kobe Bryant.
– Importância e amizade de Lisdeivi
Eu tenho muito o que agradecer a Lis. Se hoje eu jogo no Brasil, foi tudo graças a ela, que me fez o convite, que abriu as portas do basquete brasileiro para mim. É como ela sempre fala, desde quando a gente jogou junto na seleção cubana, ela é como se fosse minha mãe. Sempre me aconselhou em todos os passos que dei aqui. Nas decisões mais importantes, ela sempre fez parte. Ela sempre esteve tentando me guiar. Nós realmente temos um sentimento de família. Ela sabe que torço muito por ela e estou muito feliz pelo campeonato que ela está fazendo. Também sei muito bem que ela torce por mim. Fico muito feliz porque a gente consegue colocar o nome do nosso país em um patamar importante. Estamos fazendo nosso papel.
– Primeiros passos no basquete
Eu sou de Havana, capital de Cuba, e comecei jogando na escola. Na realidade, eu jogava vôlei, mas achava o jogo muito parado, então fiz basquete um dia e não voltei para o vôlei nunca mais. Como em todos os esportes em Cuba, a gente começa desde cedo e tem um acompanhamento desde muito pequena, com profissionais de níveis muito bons. Eles fazem um ótimo trabalho de fundamento com as crianças, que nessa idade a gente acha até chato, mas hoje eu posso até agradecer. Isso me ajudou muito na minha carreira como atleta de basquete.
– Sonhos
Com certeza, tenho sonhos para minha carreira. Na verdade tenho dois. Apesar da minha idade, não perco a esperança de voltar a representar meu país e quem sabe, ainda ter a oportunidade de jogar na WNBA, o melhor campeonato do mundo.