Sempre muito intensa em quadra e peça mais que importante no elenco do Corinthians/Pague Menos/Americana: essa é Joice. Com vasta experiência na LBF CAIXA, com sete edições disputadas, Joice também tem em seu currículo no esporte da bola laranja diversas passagens pela Seleção Brasileira, com direito a dois Jogos Olímpicos.
A Liga de Basquete Feminino (LBF CAIXA) é uma competição que conta com o patrocínio master da CAIXA, o patrocínio da SKY e os apoios da Liga Nacional de Basquete (LNB) e do Ministério do Esporte.
Joice nos contou como foram seus primeiros passos no basquete, suas grandes admirações no esporte da bola laranja, deu sua opinião sobre a evolução da LBF CAIXA através das temporadas, da experiência e emoção de vestir a camisa verde-amarela da Seleção Brasileira, entre outros diversos assuntos.
Confira a entrevista completa com a armadora do Corinthians:
Evolução da LBF CAIXA
– O basquete está e continua em pleno crescimento por pessoas bem instruídas que gostam/são apaixonadas por esse esportes. Pessoas com esse tipo de visão que o basquete feminino precisa para sempre melhorar. Eu vejo que a competência da arbitragem melhorou muito nos últimos anos, alguns investimentos estão feitos, apesar de toda a dificuldade em achar patrocinadores.
Espelhos no basquete masculino
– Aqui no Brasil eu gosto muito de ver o Alex Garcia jogando. A maneira que ele defende, que ele dá a vida em quadra é muito contagiante, além da história de vida dele. Agora no basquete mundial masculino eu gosto do Chris Paul e me sempre gostei de ver Allen Iverson e Kobe Bryant em quadra.
Idolatria no feminino
– No basquete feminino a minha grande inspiração foi Janeth Arcain. Infelizmente não tive o prazer de jogar nem ao lado dela nem mesmo contra, porém pude ver jogos dela e fico feliz com isso. A determinação e o foco dela, além da precisão que eu via nela é algo que me marcou e que me inspirou muito.
Seleção Brasileira
– Vestir a camisa da Seleção Brasileira é sempre um orgulho, uma coisa que me deixa muito motivada. É sua chance e hora de fazer a diferença dentro e quadra e isso jogando tanto em seleções de base quanto no adulto, é o Brasil, é o país, é a modalidade que estamos representando em cada torneio disputado.
Olimpíadas
– Ter disputado duas olimpíadas na minha vida foi um sonho realizado. Esse é o tipo de experiência é sempre de um aprendizado diferente. Enfrentamos atletas e sistemas diferentes em torneios como esse, porém o objetivo e o foco é sempre o mesmo, não importa o que está em jogo, seja uma simples vitória ou uma classificação.
Primeiros passos
– Comecei no esporte aos 11 anos, em Bauru (SP), treinando no Ginásio da Vila Santa Luiza. Fiz todos os esportes possíveis, mas o basquete me chamou atenção por conta de uma coisa: eu não conseguia passar a bola por baixo das pernas. Isso me chamou atenção e me prendeu no basquete. Enquanto todos os meus amigos tinham patins eu tinha uma bola laranja e ficava arremessando ela na placa que sinalizava o nome da rua, todo santo dia, toda santa hora. Na época eu não tinha condições de ter um patins e acabei preferindo a bola mais barata, ainda bem que no final tudo deu certo.
Melhor partida?
– Não existe pior nem melhor partida, temos que estar sempre preparada para todas as vezes. Uma hora que a bola não cair o foco vai para a defesa ou para apoiar uma companheira de time. Todas as jogadoras do elenco são importantes, aprendi muita coisa no basquete de hoje e uma delas é que não existe a história de sete jogadoras apenas.
Basquete
– Sempre joguei basquete porque “eu” escolhi, depois eu vi que eu nasci para fazer isso mesmo. Na minha escola só tinha basquete, por minha conta, já que eu era mandona mesmo e todas jogavam por minha causa, pois por muito tempo toda educação física e intervalo era queimada.
Obstáculos na carreira
– O grande obstáculo da minha carreira foi ter que morar longe do meu filho quando ele tinha apenas seis meses de vida. Joguei até o meu quarto mês de gestação e todos sabiam do meu caso. O time de Bauru sempre foi minha família, havia sempre pessoas muito importantes ao meu lado, mas o período que eu fiquei longe do meu filho foi o que mais pesou.
“Pedra no sapato”
– Sem dúvidas a Adrianinha. Ela me tirava o sono, ainda mais nas finais que disputamos. Ela possuiu uma qualidade, uma experiência e uma classe que é impressionante. Vendo tudo isso, sempre estive focada nela e isso fez a gente do esporte crescer profissionalmente.
Objetivos
– Meus objetivos são continuar jogando, ganhar todos os campeonatos que eu disputar, trazer medalhas e troféus para casa, cuidar e mostrar para meu filho, de 14 anos, que hoje mora comigo o motivo da minha ausência, mostrar para meu namorado que sempre me apoia o trabalho bem feito e continuar sendo sempre um orgulho para minha família, seja dentro ou fora das quadras.