Em sua primeira temporada com a camisa do Sampaio Corrêa, a pivô Nádia vem se destacando jogo a jogo no campeonato nacional, é a atleta mais eficiente do time maranhense na sexta edição da LBF CAIXA e, aos 27 anos, possui nesta temporada o melhor desempenho de sua carreira no basquete feminino brasileiro.

Nascida em uma cidade com menos de 35 mil pessoas, Nádia deu seus primeiros passos no basquete ainda muito jovem e literalmente conquistou o mundo através do basquete, ao jogar nos Estados Unidos, no Equador, defender a camisa da Seleção Brasileira em diversas oportunidades e construir sua história no basquete brasileiro.

Uma das principais destaques da temporada 2015/2016 da LBF CAIXA, Nádia falou sobre seu início de carreira, suas experiências fora do Brasil, suas referências no esporte entre outros assuntos. Confira a entrevista com a pivô do Sampaio Corrêa:

(Paulo de Tarso/Sampaio Basquete)

Atleta mais eficiente do Sampaio Corrêa na sexta edição da LBF CAIXA, Nádia vive melhor fase de sua carreira no basquete brasileiro (Paulo de Tarso/Sampaio Basquete)

– Experiência no exterior

Essa experiência que adquiri jogando lá fora me faz ter mais maturidade dentro de quadra para enfrentar as adversárias de todas as características, altas, fortes, baixas, rápidas. Minha visão de jogo muito bastante também, depois de ter voltado do Atlanta Dream, da WNBA.

– Diferença LBF CAIXA x Exterior

O campeonato disputado nos Estados Unidos é muito mais rápido, porém tem muitas equipes participantes e o jogo é muito mais intenso. Já aqui no Brasil, nosso campeonato nacional hoje possui poucas equipes, porém o nível entre os times está muito igualado, tornando assim um campeonato muito mais competitivo.

– Experiência no Equador

A minha experiência no Equador foi ótima, foi aminha primeira experiência de disputei de um campeonato Sul-Americano de clubes. O time pelo qual eu disputei foi a U.T.E, todos lá muito competentes e nosso time foi comandado pelo técnico Ramon Jordana, um grande treinador espanhol, que treinou grandes equipes. Ficamos com o vice-campeonato do campeonato nacional.

– Grande temporada

Acho que tudo isso é uma consequência de um bom trabalho. Estou em uma equipe que sou uma das referências dentro do garrafão e, além disso, nossa treinadora Lisdeivis teve uma grande carreira como pivô na seleção de Cuba e em clubes no Brasil, acho que isso também influencia, pois ela me ajuda muito, sempre me corrigindo e me incentivando. Também estou trabalho bastante o individual com o Virgil, que hoje está no nosso time como assistente técnico.

– Seleção Brasileira

Eu acho que vestir a camisa da Seleção Brasileira é o sonho de todo atleta. Hoje me sinto honrada em poder fazer parte desse time. É uma experiência, é uma sensação única poder defender o nosso país em diversas competições.

(Divulgação)

Nádia vem sendo convocada em praticamente todas as últimas competições disputadas pela Seleção Brasileira feminina (Divulgação)

– Nova experiência no Nordeste

Hoje eu sou completamente apaixonada pelo Nordeste, e a experiência no Maranhão não podia ser diferente. A experiência aqui está sendo ótima como jogadora e como pessoa, estou em uma grande equipe e com profissionais incríveis. E sem contar com o nosso sexto jogador, que é a fanática torcida do Sampaio Corrêa.

– Primeiros passos

Eu comecei a gostar do basquete mesmo nas aulas de educação física, mas como minha cidade (Marialva) é muito pequena, não existia escolinha de basquete por lá. Então eu e minha mãe fomos procurar na cidade ao lado, que é Maringá. E foi lá em Maringá eu comecei a treinar e me apaixonar por esse esporte. Fiquei um ano treinando no Colégio Regina Mundi de Maringá e já fui chamada para ir para Jundiaí (SP), e quando cheguei em São Paulo conheci um mundo totalmente diferente do que eu conhecia.

– Espelho no NBB

Do NBB quem eu mais acompanhei de perto foi o pivô Murilo Becker, que atua com a camisa do Bauru. Eu gostava muito de assistir ele jogando quando ele jogava em São José, pois essa época eu também jogava em São José. Ele é um pivô muito versátil e guerreiro, tanto dentro da quadra quanto na vida pessoal. Admiro muito ele.

– Referência no basquete

Desde muito nova, eu sempre me espelhei muito na pivô Érika de Souza. Ainda me lembro como se fosse hoje a primeira vez que eu vi ela lá na Espanha. Eu jogava basquete universitário em León, a Érika jogava em Ros Casares, e ela foi fazer uma partida contra o time principal de León. Quando cheguei no ginásio e vi ela aquecendo, eu comecei a chorar (risos). Hoje somos adversárias, mas continuo admirando o basquete dela, é uma grande jogadora.

Antes companheiras de time e hoje rivais, Nádia e Érika de Souza são muito amigas fora de quadra (Getty Images/Divulgação)

Antes companheiras de time e hoje rivais na LBF CAIXA, Nádia e Érika de Souza são muito amigas fora de quadra (Getty Images/Divulgação)

– Partidas inesquecíveis?

Estou no basquete há bastante tempo e de fato não consigo me lembrar e citar o melhor jogo da minha carreira. Em mente só consigo citar um jogo importante pra mim que foi a primeira partida do Sul-Americano de Clubes, quando vencemos uma partida duríssima contra o Americana.

– “Pedras no sapato”

A jogadora mais difícil que eu já enfrentei foi sem dúvidas a ala Elena Della Done, do Chicago SKY, é muito versátil e rápida. No garrafão, a pivô Sylvia Fowles, que hoje defende a camisa do está no Minnesota Lynx na WNBA também sempre foi difícil, ela tem um fundamento incrível e joga muito duro sempre.

– Sonhos para carreira

O que eu mais quero hoje é ser campeã da LBF CAIXA. Ainda não tenho esse título na minha carreira e seria muito importante conquista-lo. Também quero continuar defendendo a Seleção Brasileira e quem sabe atuar por um grande time do continente Europeu.