Não são apenas as assistências de Adrianinha Moisés, a mão certeira da Tiffany Hayes, os tocos de Sandora Irvin e as bolas recuperadas de Tamera Young que explicam o sucesso do Uninassau/América na Liga de Basquete Feminino (LBF) – 2014/15. Fora de quadra, o único time invicto e líder isolado da competição investe em tecnologia para que a preparação e o desempenho das atletas do lado de dentro sejam efetivamente de alto rendimento.
Por exemplo, a equipe pernambucana buscou no mercado o que existe de mais moderno em sistema de acompanhamento e monitoramento da frequência cardíaca em tempo real. Trata-se do Polar Team H7, que transmite informações via bluetooth. “O processo consiste na utilização de um transmissor, utilizado pelas atletas na altura do tórax, que passa as informações para um IPad. Com isto, a comissão técnica pode acompanha o desenvolvimento do trabalho através do comportamento da FC (frequência cardíaca) e, em tempo real, intervir na ação caso ela não esteja sendo desempenhada de acordo com a prescrição, ou seja, treinos mais intensos ou menos intensos”, explica o preparador físico Guilherme Falcão.
Ele explica que todo trabalho se baseia nas chamadas zonas de acompanhamento, que são um percentual da frequência cardíaca máxima de cada atleta, distribuídas em cinco níveis: 1 (entre 50% e 60%), a 2 (entre 60% e 70%), a 3 (entre 70% e 80%), a 4 (entre 80% e 90%) e a 5 (entre 90% e 100%).
“O sistema também nos fornece informações do comportamento das atletas durante os jogos, o que possibilita prescrever atividades que provoquem ou simulem este comportamento cardíacos, aproximando-se, desta forma, da realidade do jogo”, completa Guilherme.
Os transmissores que captam as frequências cardíacas das atletas ficam localizados em fitas torácicas localizadas abaixo dos tops. Como são bem flexíveis, não provocam qualquer tipo de desconforto ou risco de lesões, seja para as jogadoras que as utilizam ou para as adversárias.
Ao final de cada trabalho monitorado, seja treino ou jogo, existe um compartilhamento das informações colhidas com as atletas, que recebem apenas suas próprias informações, e com os membros da comissão técnica, que tem a seu dispor o resumo do desempenho de todas as atletas.
“Com esse sistema, nos podemos ter o controle das intensidades de trabalho e do desempenho individual, precisão e maior segurança na prescrição de um determinado trabalho e a criação de um banco de dados referente às zonas de FC, podendo realizar, em tempo real, um comparativo de comportamento entre atletas”, conclui Guilherme.
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Fotos: Robson Neves/Divulgação e Reprodução IPad