Laís Elena em ação nesta edição da Liga de Basquete Feminino (LBF)

Cerca de 40 temporadas no comando técnico dos times adulto e de base de Santo André, cidade tradicional do Grande ABC, região rica e forte do estado de São Paulo. Esse foi o período, um recorde em se tratando do esporte brasileiro, que a técnica Laís Elena Aranha da Silva, hoje com 72 anos (11 de março de 1943), trabalhou em prol do basquete feminino da cidade, do estado e do país; com resultados altamente satisfatórios e uma gama importante de atletas reveladas.

“A decisão de encerrar a carreira de treinadora foi tomada em meio à disputa desta edição da LBF, parecido com a ocasião em que parei como atleta. Não foi bem por falta de motivação, mas quando você está há muito tempo na mesma coisa, parece que tudo é fácil. Então, estava meio sem paciência com o grupo, vi que não estava conseguindo passar tudo o que queria e resolvi parar”, comenta Laís, que conquistou o título da primeira edição da Liga de Basquete Feminino (LBF), na temporada 2010/11.

O último jogo da carreira da treinadora aconteceu no dia 31 de março (terça-feira), na derrota do Basketball Santo André/APABA para o São José/Colinas Shopping, por 54 a 49, no ginásio Lineu de Moura, em São José dos Campos (SP), pela terceira e última rodada da série melhor-de-três do playoff – quartas-de-final da Liga de Basquete Feminino (LBF) – 2014/15. “Achei melhor não valorizar minha parada, pois, dessa forma, iria sofrer menos”, relata Laís.

Ao todo, foram inúmeras conquistas dirigindo os times de Santo André nas quase 40 temporadas, entre as quais, se destacam: o já citato título da primeira edição da Liga de Basquete Feminino (LBF), Campeonato Nacional (1999) e o Campeonato Paulista (1995), além de Jogos Abertos do Interior e Jogos Regionais.

Laís fez questão de agradecer as profissionais que estiveram ao seu lado em todos esses anos em que comandou os times de Santo André

“Durante todos esses anos, nosso trabalho foi realizado com um grupo de pessoas que além de qualificadas, compreenderam e abraçaram os meus ideais e, porque não dizer, a minha paixão pelo meu trabalho e, principalmente, pela minha filosofia de colocar o ser humano em primeiro lugar. No momento vem ao meu coração agradecer essa equipe e todas as atletas que comigo trilharam esse caminho de conquistas, de crescimento profissional e evolução pessoal, permitindo viver anos de infindáveis alegrias”, explica Laís.

“Em especial e, principalmente, deixo aqui a minha eterna gratidão a incansável Arilza Coraça, que foi meu braço direito e esquerdo e, muitas vezes me permitiu ver com os seus olhos, sem falar do seu espírito guerreiro, fiel e comprometida até hoje. Ana Luiza Baumeister, fisioterapeuta incansável, leal e presente em todos os momentos. Marcia Regina Silva, psicóloga atuante, muito respeitada pelo grupo e grande amiga. Minha eterna gratidão à Prefeitura Municipal de Santo André e a todos os prefeitos que por aqui passaram; pois, sem eles não seria possível à realização do projeto”, completa a vencedora treinadora.

Chegada
A ex-treinadora, que é natural de Garça (SP), chegou à cidade de Santo André em 1964 para defender a extinta equipe da ADC Pirelli. Atuando como armadora, Laís se destacou bastante e, por isso, passou a ser convocada constantemente para a Seleção Brasileira.

Laís com a taça de campeã da primeira edição da Liga de Basquete Feminino (LBF)

Seleção
No selecionado nacional, Laís obteve conquistas importantes: cinco vezes campeã Sul-americana (1965, 1967, 1968, 1970 e 1974) e duas vezes medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos (1967 e 1971). Em Campeonato Mundial, o melhor resultado foi o terceiro lugar em 1971, no Brasil, seguido pela quinta colocação no Peru, em 1964.

Futuro
A saída das quadras não afastará Laís Elena do basquetebol andreense, a ex-treinadora exercerá agora a função de supervisora técnica, ficando de olho, especialmente no trabalho de base, que sempre foi uma referencia na cidade.

“Gosto muito de trabalhar com a base, de ver a evolução das meninas e a realização do trabalho. Gosto muito de trabalhar com a educação, pois tenho a certeza que a educação que se aprende no esporte não se aprende nas escolas”, finaliza Laís Elena.

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Fotos: Arquivo