Opinião
A SAGA BLUMENAUENSE ATÉ A FINAL DA LBF 2021
Finalista da LBF 2021, a equipe do KTO/Blumenau é a grande surpresa da temporada.
Seu adversário na decisão, o Ituano Basquete, é também uma presença inédita na final da competição. Mas a equipe do interior paulista havia realizado mudanças no comando técnico e no elenco antes do início da Liga que a credenciavam à condição de favorita. Condição essa que foi confirmada ao longo das etapas da competição.
A equipe catarinense, pelo contrário, não aparecia entre os favoritos e apostava em sua maioria em nomes que já haviam defendido o clube em temporadas anteriores.
Quando a bola subiu pela primeira vez para o time, em 31 de março, já se percebia que havia uma nova ordem por lá, que foi traduzida em quadra na primeira vitória de Blumenau sobre o Vera Cruz na história da competição.
A intensidade alucinante da estreia não se repetiu nos três jogos seguintes (2 derrotas e 1 vitória).
Logo em seguida, com casos de COVID no elenco, a equipe perdeu duas partidas por WO e ficou mais de um mês sem jogar na competição.
As partidas atrasadas e a paralisação da competição para a disputa da AmeriCup geraram jogos em sequência e resultados irregulares, que somados às penalidades anteriores colocaram o time na penúltima posição na tábua de classificação.
Iniciada a disputa dos play-offs, no entanto, Blumenau voltou a mostrar o seu melhor, assim como no jogo de estreia – com o acréscimo da evolução trazida por quase quatro meses a mais de trabalho.
O time tem se mostrado coeso, homogêneo e tem atuado com inteligência, sabendo reconhecer seus vícios e virtudes, bem como as do adversário.
Sem contar com nenhuma atleta da última convocação da seleção brasileira, Blumenau tem tido como destaques maiores um trio composto por uma jogadora de 25 anos que pela primeira vez é colocada em um posição de protagonista (Vitória Marcelino), uma armadora ausente da competição desde 2019 (Cacá), e uma aposta anterior do técnico João Camargo em impressionante evolução nessa temporada (Kawanni Firmino). As três vivem suas melhores temporadas na carreira.
Mas as outras peças tem se mostrados todas muito interessantes.
Há uma jogadora inteligente com presença (infelizmente) bissexta em nossas quadras (Leila Zabani), uma ala que encarou uma reinvenção (especialmente defensiva) aos quase 30 anos (Luana) e uma ala-pivô que perto dos 40 anos esbanja consciência tática e liderança (Tati Castro).
Até as três atletas que chamaram menos atenção na fase regular, cresceram na fase decisiva.
Mariana Camargo esteve simplesmente impressionante nas quartas-de-final e segue como trunfo.
Bárbara tem sido um ponto de apoio e desafogo importante em momentos críticos.
E a argentina Leiva entrega a sua costumeira disciplina tática.
É esse finalista improvável, com brilhante trabalho coletivo, que escreverá mais uma capítulo de sua saga particular na decisão da competição a partir de amanhã.
por Bert – Painel LBF
(14 de agosto de 2021)