LBF
DESAFIANTES NOS PLAYOFFS TENTAM QUEBRAR A REGRA DA FASE CLASSIFICATÓRIA
Depois de uma fase regular muito equilibrada, a Liga de Basquete Feminino teve definidas as posições classificatórias e os cruzamentos de quartas-de-final somente após o último minuto do último jogo em uma prorrogação.
Por ironia do destino, nos confrontos programados para o play-off não houve empates na primeira fase. As quatro equipes melhor classificadas venceram os dois encontros.
Vamos aos duelos:
-Ituano Basquete (#1 – 10 vitórias e 4 derrotas) x (#8 – 2 vitórias e 12 derrotas) AEC/Tietê Agroindustrial/BAX Catanduva
Líder na maior parte da temporada regular, o Ituano encarou um inferno astral após a paralisação da liga pela AmeriCup e se apresentou muito abaixo da média. Depois de três derrotas consecutivas, o time conseguiu se reorganizar e se impôs frente ao rival que o ameaçava: o SESI Araraquara na partida final.
A vitória devolveu a liderança ao time e oferece um confronto mais favorável no primeiro play-off e também restabelece emocionalmente uma equipe que parecia estar encontrando uma solidez logo após a chegada de seu último e principal reforço: a pivô Érika.
A equipe precisará confirmar que venceu o mau momento contra o lanterna da fase de classificação, Catanduva, time que em geral tem incomodado seus oponentes.
Catanduva encontrou uma forma de atuar e não tem desistido dos confrontos. Um dos principais problemas – a rotação curta – teve um breve alívio com a chegada da pivô Bianca e o aumento de produção da ala Moura.
– SESI Araraquara (#2 – 10 vitórias e 4 derrotas) x (#7 – 6 vitórias e 8 derrotas) KTO/Blumenau
A equipe de Araraquara talvez seja a maior surpresa da temporada regular, na qual atuou com impressionante regularidade, encarando uma sequência negativa apenas quando esteve desfalcado de seu maior destaque, Tainá Paixão. Após a AmeriCup, o clube se beneficiou ainda do aumento de produção da ala Mariane Carvalho e exibiu um entrosamento refinado.
O calcanhar de aquiles do time é a baixa estatura das pivôs e o chaveamento o coloca justamente diante de Blumenau, um time que tem fartura na posição, mas com peças também não muito altas.
Blumenau acabou penalizado na competição pelos casos de COVID no elenco, mas acredito que de forma geral e apesar de ter oscilado bastante, ainda assim teve a sua atuação mais consistente na competição, mesmo quando comparado a temporadas em que se classificou melhor. O trio Cacá-Kaw-Vitória tem atuado muito bem e a veterana Tati Castro tem jogado com inteligência.
Mesmo com a vantagem do SESI, pode ser um play-off quente.
– Sampaio Basquete (#3 – 9 vitórias e 5 derrotas) x (#6 – 5 vitórias e 9 derrotas) Santo André/Apaba
O Sampaio Basquete sofreu durante a temporada regular pela demora na chegada do seu elenco. Quando ele enfim chegou, pesou a falta de entrosamento, a perda de uma atleta (Ramona) e a ida de técnico e jogadoras para a seleção.
Nos últimos jogos, o time se reabilitou muito a partir da melhora da produção da armadora Débora, visivelmente incomodada com os resultados.
Os reforços americanos também sofrem com a adaptação e falta de ritmo. A ala Pardee, por exemplo, só desencantou no último jogo.
Ainda assim o elenco mais completo da LBF surge como favorito diante da inconstância de Santo André no campeonato.
O tradicional clube paulistano apostou mais uma vez na força das cestinhas Ariadna e Jaqueline. Com a dupla fora das melhores condições, o clube teve dificuldade de encontrar vitórias. Num momento de ausência de ambas, o time surpreendeu e conseguiu bater o líder Ituano. Mas nas partidas seguintes, voltou à aposta inicial.
Na partida final, no entanto, a cubana teve a sua melhor atuação na temporada, o que alimenta a possibilidade de uma surpresa mesmo diante de muitos desfalques (Letícia, Milena e Maria Carolina).
Vera Cruz Campinas (#4 – 8 vitórias e 6 derrotas) x (#5 – 6 vitórias e 8 derrotas) Sodiê Doces/Mesquita/LSB
O time campineiro é frequentador habitual das finais da LBF, mas cumpriu a sua pior campanha na temporada regular da competição.
Mesmo com elenco limitado, o Vera vinha apresentando um bom basquete e ostentando uma boa campanha no turno (5 vitórias e 2 derrotas). No returno, com a troca de técnico e a chegada dos reforços (com uma concentração excessiva de peças no garrafão), o time caiu de produção (3 vitórias e 4 derrotas).
Ainda assim é uma equipe experiente, que costuma crescer nos momentos decisivos e que conta com a força e o entrosamento do quarteto Babi-Maila-Tássia-Licinara. Com menos tempo de casa, Gabriela tem sido a opção preferencial do técnico Borracha.
Sob o comando do novo treinador, o time tem uma rotação curta, o que pode ser um problema no play-off. Na última partida, o trio de ala-armadoras jogou mais de 42 minutos. Nomes bastante atuantes no primeiro turno (Fabi Caetano e Mônica, por exemplo) sumiram.
Para testar os limites dessa rotação, o Vera enfrentará justamente a LSB, a equipe que mais movimenta seu elenco no torneio.
A equipe carioca, no entanto, chega ao fim da fase regular demonstrando necessidade de ajustes. O time que iniciou a competição como a grande surpresa foi perdendo intensidade ao longo dos jogo. Nos momentos em que se viu sem condições de jogar em velocidade, os movimentos ofensivos se mostraram excessivamente individualizados e erráticos.
A ala Thayná e a armadora Marquita tem sido os maiores destaques, mas o técnico Raphael Zaremba tem um elenco numeroso e desinibido que não deve entregar derrotas facilmente nessa primeira aparição nos play-offs.
por Bert – Painel LBF
(13 de julho de 2021)