História
HÁ 25 ANOS, O BRASIL CHEGAVA ÀS SEMIFINAIS DO MUNDIAL DA AUSTRÁLIA
Ontem, 08 de junho de 2019 durante o Jogo das Estrelas da LBF, algumas campeãs mundiais de 1994 foram chamadas à quadra para cobrar lances-livres.
E os lances-livres são parte da histórica campanha que levou o Brasil ao ouro naquela competição…
Depois da estreia com vitória sobre Taiwan no Mundial da Austrália, a seleção enfrentou a Eslováquia, no dia 03 de junho.
A seleção acabou derrotada por 99 a 88, apesar dos 27 pontos de Hortência, 22 de Paula, 18 de Janeth e 11 de Alessandra. Do lado de lá, estava Andrea Kuklova, com 25 pontos e 8 rebotes.
No dia seguinte (04 de junho), o time de Miguel Ângelo decidiu sua classificação no grupo C contra a Polônia, que tinha a mesma campanha da seleção brasileira. Em um jogo tenso, as brasileiras conseguiram carregar em faltas o (literalmente) maior nome polonês: a pivô Margo Dydek, 2,13m, eliminada do jogo com 5 faltas em 22 minutos. Com 27 pontos de Hortência, 15 de Paula e 14 de Janeth, o Brasil fez 87 a 77 e garantiu o segundo lugar do Grupo C.
A segunda fase da competição começava com a formação de dois novos grupos para a disputa das quartas-de-final:
Grupo A – Estados Unidos (primeiro colocado do do grupo A), Canadá (segundo colocado do Grupo B), Eslováquia (primeiro colocado do grupo C) e Austrália (segundo colocado do grupo D).
Grupo B – Espanha (segundo colocado do grupo A), Cuba (primeiro colocado do grupo B), Brasil (segundo colocado do grupo C) e China (primeiro colocado do grupo D).
A estreia do Brasil nas quartas-de-final se deu no dia 07 de junho contra um rival bastante conhecido: Cuba, sobre o qual o Brasil havia conseguido a glória nos Jogos Pan Americanos de Havana (1991), mas também visitado o fracasso nas Olimpíadas de Barcelona no ano seguinte.
Calejadas por jogos preparatórios no Nordeste, as brasileiras entraram com tudo e derrubaram Cuba (até então invicta) com o maiúsculo placar de 111 a 91. Com 12 arremessos certeiros em 17 tentados e mais 12 perfeitos lances-livres, Janeth foi o nome do jogo naquele dia, somando 38 pontos, 5 assistências, 4 rebotes e 2 recuperações. Hortência teve 25 pontos. Ruth, 16. Paula, 15. E vinda do banco, Leila Sobral, então com 19 anos e que vinha de uma boa participação contra a Polônia, começava a afiar suas garras: 8 pontos e 7 rebotes, em 10 minutos.
Do lado contrário, as cubanas tiveram como destaque as excelentes Regla Hernandez (24 pontos) e Leonor Borrel (23).
No banco cubano, então com 19 anos, estava a pivô Lisdeivi Pompa, que anos mais tarde cumpriria trajetória de destaque como jogadora em Ourinhos (SP) e chegaria ao título da LBF como treinadora do Sampaio Basquete em 2016.
No dia seguinte, 08 de junho, a seleção teve muitas dificuldades em conter a gigante chinesa Zheng Haixia, de 2,03m e foi superada por 97 a 90. A estrela chinesa somou 31 pontos e 14 rebotes em 40 minutos e ainda inibiu completamente o jogo brasileiro no garrafão: Cíntia e Ruth não pontuaram, Alessandra teve 2 pontos e Leila, 4. Hortência (36), Janeth (27) e Paula (21) somaram os outros 84 pontos da equipe.
A nova derrota colocava a seleção diante de mais uma partida decisiva. Dessa vez contra a Espanha, que vinha de vitória sobre a China e derrota contra as cubanas.
E há exatos 25 anos, em 09 de junho de 1994, o Brasil entrava em quadra contra a Espanha, no primeiro jogo do torneio televisionado para o Brasil pela Tv Bandeirantes.
Novamente a disputa foi tensa. Blanca Ares cumpria jornada inspiradíssima e somou 36 pontos, levando a Espanha a liderar a partida a maior parte do jogo.
Hortência teve 25 pontos, Paula 17 e Leila, 10. Mas a decisão do jogo passou pelas mãos de Janeth, que somou 24 pontos, incluídos aí os seis dramáticos lances livres que no minuto final decidiram o jogo para o Brasil por 92 a 87.
O Brasil estava nas semifinais do Campeonato Mundial, ao lado de China, Austrália e Estados Unidos.
por Bert – Painel LBF