Opinião

OPINIÃO: VERA CRUZ E SAMPAIO REPETEM O PROTAGONISMO NO PRIMEIRO TURNO DA LBF 2019

Finalistas da edição 2018 da LBF, as equipes do Vera Cruz Campinas e do Sampaio Basquete repetiram o protagonismo no primeiro turno da LBF 2019 e até o momento também renovam a condição de melhor ataque e melhor defesa respectivamente da competição.

Vindo de uma derrota na final do Campeonato Paulista, o Vera Cruz manteve uma surpreendente invencibilidade nessa primeira metade (9 vitórias). O bom resultado do time do técnico Vendramini tem muito a ver com o comando da incansável armadora Melissa Gretter, mas também reflete a maior regularidade das alas Patty e Ariadna. No garrafão, a ótima Mariana Dias e a veteraníssima Êga tem se desdobrado de forma brilhante. O grande desafio do atual campeão da LBF será a manutenção desse ritmo ao longo da temporada, quer ainda inclui uma desgastante participação no Sul-Americano de Clubes. É esperada a confirmação de algum reforço nos próximos dias*.

Segundo colocado, o Sampaio teve duas derrotas no turno. Ex-treinador da seleção argentina, Cristian Santander teve sucesso no trabalho defensivo do time. O ataque, no entanto, ganhou mais fluidez apenas após a chegada de Tainá Paixão, em função das características das comandantes anteriores: a americana Scaife e a argentina Julieta. O grande destaque tem sido a ala Raphaella Monteiro, em excelente forma. Chamam atenção ainda a elevação da confiança de Tatiane Pacheco e as boas presenças de Vitória e Maria Carolina. Para o segundo turno, está previsto o reforço de Bryahanna Jackson e a chegada de Érika e de Clarissa*. Será interessante acompanhar esse “novo” Sampaio se organizar, especialmente no trabalho com as pivôs.

Com três derrotas, o Blumenau teve o segundo melhor ataque do turno. Impressionam a tranquilidade e a melhora física da armadora Lays, recém-chegada ao clube. O trio formado pelas pivôs Gil, Carina e Nonato também tem se apresentado bem, embora possam ser melhor construídas as jogadas principalmente para a primeira. Para que o time sonhe mais alto no segundo turno, parecem ser fundamentais uma maior intensidade defensiva e um maior poder de fogo das alas. Tássia teve um animador começo de campeonato em seu novo clube, mas reflete bem as oscilações de produção das atletas dessa posição vistas nas derrotas do time. A ala somou uma excelente média de 16 pontos nas seis vitórias de Blumenau, que caiu para 4 pontos nos três jogos perdidos. Com a venezuelana Perez ainda em recuperação, o técnico João Camargo já acenou com a chegada da americana Blockton.

Também com três derrotas, Santo André se manteve mais uma vez de pé numa temporada em que perdeu a sua referência maior (a treinadora Laís Elena) e se viu desfalcado de sua cestinha Jaqueline, grávida. É uma proeza que o time ainda assim tenha se mantido competitivo, ainda mais considerando-se os reforços dos rivais. Destacam-se novamente o bom trabalho do técnico Bruno Guidorizzi, e a recuperação de Érika Leite, contundida na fase final do Paulista. A ala pivô Izabela assumiu responsabilidades maiores após a saída de Jaqueline e tem sido a líder ofensiva. A armadora Alana repete as boas impressões que deixou no Paulista, mas tem derrapado às vezes em investir mais no seu arremesso do que na armação. O elenco enxuto é o principal adversário de Santo André para alcançar vôos mais altos no torneio.

O SESI Araraquara teve um começo complicado de temporada após a saída do técnico André Carrascoza. Mas até o momento o saldo da chegada de Daniel Wattfy, técnico estreante no feminino, é positivo. O time somou cinco vitórias no turno e ficou com a quinta colocação. A equipe tem como grande destaque a pivô Aline Moura, em crescente evolução. Chamam atenção ainda a reconstrução da armadora Débora e a experiência de Silvia Gustavo. Maira começou a temporada lesionada e até o momento tem rendimento irregular. Mesmo com poucas peças disponíveis, Daniel elevou o nível de organização tática e aumentou a rotação da equipe, que até o momento tem a segunda melhor defesa da LBF. Vai ser um time interessante de se acompanhar no segundo turno, mas assim como Santo André, é uma equipe que necessitaria de mais peças para elevar seu poder de combate.

 

Com quatro vitórias, a equipe do Ituano aparece na sexta colocação. O time do técnico Antonio Carlos Barbosa, assim como na temporada passada, aposta numa base muito experiente: Patricia (40 anos), Kelly (39), Palmira (34) e Joice (32 anos e quase 39 minutos por jogo), metade delas lesionadas. Com isso, novamente o time teve dificuldade em manter um padrão de jogo sólido. O grande destaque tem sido a pivô Gabriela, extremamente segura em sua posição de origem e que cumpre temporada impecável. A ala Luana tem feito um bom trabalho e Izabella Sangalli teve uma estreia maravilhosa na última partida do turno. Com a adaptação de Sangalli e uma maior rotação de seu elenco, Ituano certamente tem condições de fazer um returno melhor.

O time do São Bernardo/Instituto Brazolin/Unip perdeu para essa LBF seu trio de maior destaque na temporada passada. Lays migrou para Blumenau. Thayná está grávida. E Milena, depois de uma linda estreia, se contundiu.  Nesse cenário delicado, o técnico Marcio Bellicieri ainda conseguiu fazer um trabalho interessante, somando três vitórias em nove jogos. Merecem registros a correção do basquete de Glenda (25 anos em sua primeira LBF), bem como a espantosa evolução de Larissa Carneiro. Sosso e a experiente Dominick também tem colaborado e existe um evidente potencial na também estreante Juliana Maria.

Também com três vitórias aparece a equipe da Uninassau. O time teve um começo de temporada bem confuso e tem a pior defesa entre os oito primeiros colocados. A má fase do time de Roberto Dornelas parecia encerrada quando o time venceu Blumenau. Mas, na partida seguinte, a equipe perdeu sua maior referência ofensiva: a americana Ronni Williams. Além dela, os maiores destaques tem sido Leila Zabani, que cumpriu um turno muito correto e a cubana Casanova. Chirinda tem mostrado evolução. O time tem programado para o returno a estreia da pivô americana Starling e pode se beneficiar com a readaptação da recém-chegada Isabela Ramona.

Atualmente fora da fase de classificação estão os times da LSB RJ/Sodiê Doces e o Pró-Esporte/Sorocaba, ambos com apenas uma vitória.

No time carioca, destaca-se o bom trabalho coletivo comandado pelo técnico Guilherme Vos. Apesar das limitações físicas e técnicas do elenco, a equipe soube trabalhar em conjunto para obter a primeira vitória na competição. A torcida é grande para que esse projeto possa ser impulsionado para as próximas temporadas da LBF.

Em Sorocaba, nota-se uma evolução interessante entre o time que disputou o Paulista e o atual, com uma renovação do elenco a partir de jogadoras vindas das categorias de base. Tem funcionado melhor, embora o time centre muito suas ações no bom jogo da armadora Aruzha, mesmo que fisicamente limitada. Merecem registro ainda as boas aparições das jovens Lee Lisboa, Lorena e Milena.

 

por Bert

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* Depois da publicação desse texto fui informado pelo técnico Antônio Carlos Vendramini, que o regulamento da LBF permite após o prazo de incrição geral de atletas pelas equipes (encerrado em 03 de maio) a repatriação de apenas uma atleta (por equipe) que estivesse em competição estrangeira até a data limite de 22 de maio. Por isso, o Sampaio poderá inscrever apenas uma de suas contratadas: Érika OU Clarissa. O mais provável é que o acerto se dê com a primeira, que já encerrou a participação na Liga Espanhola. Clarissa está lesionada, mas acompanha seu time nas finais da Liga Francesa, sem condições de jogo.

* Também poucas horas após a publicação do texto, o Vera Cruz confirmou a contratação da pivô Nádia Colhado.







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