História
PASTOR E PONTELLO
No sábado (11 de outubro) em Americana (SP), duas ex-pivôs da seleção brasileira visitaram os treinos da seleção brasileira sub-15 feminina, das treinadoras Vânia Paulette e Fabianna Manfredi. O grupo treinava para o Sul-Americano da categoria.
Quando as mais velhas meninas da seleção sub-15 nasciam, uma das visitantes de sábado vivia um de seus melhores momentos da carreira. No Campeonato Nacional 2002/2003, a pivô Simone Pontello foi um dos destaques do time do São Paulo/Guaru, que bateu na final do torneio a equipe de Americana. Já com 31 anos, a jogadora havia aprimorado seu arremesso de média distância e se tornado uma peça importante num time que tinha como destaques Janeth Arcain e Érika de Souza (então com apenas 20 anos).
A carreira de Pontello, no entanto, já acumulava muitas outras glórias. Com 1,85m ela havia sido desde jovem uma das apostas da então técnica da seleção Maria Helena Cardoso para elevar a média de altura da seleção brasileira. Aos 18 anos já jogava seu primeiro Mundial Adulto (Malásia, 1990). No ano seguinte participou da conquista mítica do Pan-Americano (Havana, 1991) e emendou as disputas do Pré-Olímpico (Vigo, 1992) e das Olimpíadas de Barcelona (1992). Voltou a ser lembrada pelo novo técnico da seleção (Miguel Ângelo da Luz Coelho) e conquistou o ouro no Mundial da Austrália (1994), sua última aparição na seleção brasileira.
Nos clubes acumulou conquistas ainda em Sorocaba, Santo André, Bauru, Ourinhos e Piracicaba.
Enquanto Simone Pontello conquistava o Mundial da Austrália, uma outra pivô se destacava no cenário interno. A pivô Claudia Pastor, do alto dos seus 1,92m, atraiu a atenção no mesmo time de Guarulhos, mas na temporada 1993/4. O time era bem modesto e Claudia tinha entre suas companheiras a ala Adriana Santos, hoje gerente da seleção brasileira. O bom desempenho de Pastor a levou no ano seguinte para a equipe Piracicaba, de Magic Paula, e à primeira convocação para a seleção brasileira do técnico Miguel Ângelo.
Aos 25 anos, Pastor conquistou a medalha de prata nas Olimpíadas de Atlanta (1996). Depois esteve em ação no poderoso time de Campinas, no qual formava a dupla titular com a lenda bósnia Razija Mujanovic, quando uma grave contusão acabou abreviando precocemente a carreira da pivô. Acabou substituída pela pivô Maristela Owergoor (a também adorável “Panta”).
As glórias e vitórias de ambas, no entanto, são acompanhadas de dramas marcantes.
A campeã mundial Simone Pontello esteve recolhida nos últimos anos e era uma ausência recorrente nas comemorações e homenagens do título de 1994. Na conversa com a seleção sub-15, Pontello revelou que enfrentou uma depressão “por entender que ainda podia dar mais pelo basquete e não conseguir por causa de dores e da idade”.
Já Claudia Pastor, em 2015, para pagar um tratamento médico para o filho no exterior, leilou a sua medalha de prata olímpica.
Assim como era muito bom vê-las em quadra quando jogadoras, é uma alegria para o fã do basquete poder rever as sempre grandes Simone Pontello e Claudia Pastor.
Bert