Opinião
OPINIÃO: LBF 2021 COMEÇA COM QUATRO JOGOS ANIMADORES
A Liga de Basquete Feminino (LBF) começou no último dia 08 de março e tem sofrido para manter seu calendário em razão das restrições relacionadas ao agravamento da pandemia de COVID-19 no Brasil.
Assim até o momento aconteceram apenas quatro jogos.
Embora o calendário tenha duração programada para até o dia 31 de agosto, a forma de continuidade da competição dependerá de decisões dos clubes, dos governos das regiões com equipes na LBF, da própria evolução da pandemia no Brasil e contará com a concorrência da seleção brasileira.
Na última semana, a Consubasquet apresentou o intervalo de 10 a 16 de maio para a disputa do Sul-Americano Adulto (nos formatos 3×3 e 5×5) em Cali, Colômbia. O torneio é classificatório para a disputa da AmeriCup 2021, que novamente está prometida para Porto Rico de 11 a 19 de junho.
Dentro de quadra, no entanto, o que se viu até agora foi bom.
A competição começou com a vitória do Vera Cruz Campinas sobre o AEC/ Tietê Agroindustrial/ BAX Catanduva-SP por 87 a 67. Em nova demonstração de força, a equipe campineira reprisou o bom comando de Babi (8 assistências) e a boa fase de Tássia(23 pontos). Apontou ainda para uma merecida reabilitação da pivô Mônica (12 pontos e 18 rebotes) e sorriu para o futuro com a apimentada entrada da ala Isabela Costa (20 anos), que marcou 10 pontos em 8 minutos.
Inferior tecnicamente, Catanduva mostrou boa movimentação e teve quatro atletas pontuado em dois dígitos: Bia e Chirinda (14 cada) e Thaíssa e Lorraine (10).
No segundo jogo da competição, Ituano e Santo André/APABA fizeram um duelo muito interessante, que acabou vencido na prorrogação pelo time do técnico estreante Bruno Guidorizzi (91-90). Apenas para efeito de comparação, nenhuma partida de toda a temporada 2019 da LBF registrou tantos pontos.
Com nove bolas de três pontos convertidas, a veterana Palmira teve 33 pontos. O vencedor contou ainda com boas estreias de Patty (20 pontos e 7 rebotes) e Marília (11 pontos), um triple-double de Joice (11 pontos, 10 rebotes e 12 assistências), uma notável evolução de Mari Dias em relação ao Paulista (14 pontos e 14 rebotes).
Derrotado, Santo André deve comemorar a ótima reestreia de Sassá (16 pontos, 9 rebotes, 7 asssistências). Como de costume, Ariadna e Jaqueline dominaram as ações com 20 pontos cada. Lays cresceu desobrigada de dividir a armação com a argentina Ornela (15 pontos e 11 assistências).
O terceiro jogo da competição foi o menos exuberante do quarteto, refletindo bastante os desfalques do Sampaio Basquete, que acabou derrotado pelo SESI Araraquara (65-43). Mais coeso, o SESI contou com boa atuação de Tainá (16 pontos, 10 rebotes) e reafirmou o potencial das armadoras Beatriz Aneas e Carla Lucchini e da ala-pivô Juliana. No Sampaio, chamaram a atenção a regularidade da veterana Gil e o esforço da estreante Érika Leite.
Meu jogo preferido, no entanto, foi o duelo do último domingo (21 de março) entre Sodiê/Mesquita/LSB RJ e Ituano Basquete. Chamou atenção a intensidade da equipe carioca, que ao fim do primeiro quarto já havia colocado dez jogadoras em quadra e conquistado uma vantagem de dez pontos. Agressiva na defesa e no ataque, a LSB surpreendeu o Ituano, sofreu para se reencontrar ao ser marcada em zona pelo adversário, mas saiu vitoriosa (82-77). Thayná teve a presença avassaladora de sempre (23 pontos e 10 rebotes), mas o extenso elenco se portou de maneira geral muito bem. A americana Daniels mostrou ser uma forte defensora, mas visitou a cesta com sucesso no momento de maior necessidade. A francesa Gneneka tem movimentos bastante corretos. Názinha e Mayara também se deram bem. E a gaúcha Jennifer Sirtoli, que já tinha feito um bom Paulista por Catanduva, se destacou ao somar 8 pontos e 9 rebotes e matar a bola decisiva.
O Ituano Basquete contou com a costumeira pontaria de Palmira (18 pontos), uma nova potente exibição de Mari Dias (23 pontos e 16 rebotes) e com a impressionante polivalência de Patty (15 pontos). O time foi obrigado ainda a sacar do banco as jovens Letícia Tita e Isabel Bueno, que se mostraram capazes de participar da rotação.
Com um cenário ainda bastante complicado, foi um alento assistir a essas quatro partidas inaugurais da LBF, uma reafirmação de caminhos e possibilidades para o basquete feminino brasileiro.
por Bert – Painel LBF
(27 de março de 2021)