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OPINIÃO: EQUILÍBRIO MARCA PRIMEIRO TURNO DA LBF 2021

O primeiro turno da LBF chegaria ao fim hoje, dia 14 de maio, com a disputa da partida entre a LSB/Sodiê Doces/Mesquita e o KTO/Blumenau. Com o adiamento desse encontro e o início do segundo turno programado para amanhã, dia 15, resolvi resumir minhas impressões sobre essa primeira metade da fase classificatória da competição, marcada por muito equilíbrio, talvez o maior da história da liga.

Um dos virtuais favoritos ao título dessa temporada da LBF, o Ituano Basquete terminou o primeiro turno na liderança, com seis vitórias e apenas uma derrota (para a LSB/Sodiê Doces/Mesquita). A chegada de Bruno Guidorizzi ao comando do time elevou o nível de jogo da equipe, que ainda está em construção. Mesmo com o time desfalcado, o grupo conseguiu resultados contra rivais fortes, como o Vera Cruz Campinas. O grande destaque de Itu tem sido a ala Patty, jogadora que experimentou grande evolução nos últimos anos. Reconhecida cestinha, Patty está melhor fisicamente, melhorou também defensivamente e na leitura de jogo, de maneira que, além de pontuar, tem produzido ricamente para o time. Mariana Dias avançou bastante em relação ao Paulista, embora ainda possa investir em mais força e agilidade. Remanescentes de outras temporadas, Palmira e Joice tem sido bem utilizadas pelo treinador. Sangalli retornou bastante desinibida e polivalente depois de mais experiência espanhola. A dupla Alana e Letícia enfrenta ainda uma (animadora) adaptação ao time. Tudo isso somado à chegada da gloriosa pivô Érika reforça a aposta na equipe para esse segundo turno.

A segunda colocação ficou nas mãos do experiente Vera Cruz Campinas (5 vitórias, 2 derrotas). Com um elenco limitado, o técnico Elcio Ortiz reafirmou mais uma vez seu jeito de jogar, que funcionou muito bem. Tássia tem se apresentado com muita eficiência e mostra um entrosamento refinado com a armadora Babi. A ótima fase da armadora Maila levou-a ao time titular em um caso de surpreendente evolução física e técnica. Outro mérito de Elcio: conseguiu acionar bem o jogo com as pivôs, oferecendo um renascimento que parecia improvável à dupla Fabi e Mônica. A outra pivô do grupo, Licinara, vinha de uma grande evolução no Paulista, mas – talvez por ainda poder melhorar fisicamente – não atingiu a imaginada explosão no desempenho nesse primeiro turno. Para o segundo turno, no entanto, o Vera encara uma inesperada mudança no comando técnico. Borracha é um treinador reconhecido, mas dono de um estilo de jogo muito diferente de Élcio. É uma incógnita como o time vai responder a essa troca e como se dará o entrosamento de Nonato.

Grande surpresa entre os três primeiros colocados, o SESI Araraquara se aproveitou da estabilidade do seu elenco para alcançar também cinco vitórias. Progressivamente o time ganhou mais confiança e enfim encorpou. Nessa fase, o técnico Daniel Wattfy acabou trazendo Tainá Paixão novamente para a posição 1. E ela brilhou com ótimos desempenhos. Sossô e Juliana subiram de nível, bem como Marianne. Daniel aprendeu ainda a dosar melhor a participação das irmãs Gustavo, que seguem sendo úteis ao time, mas com uma minutagem mais coerente com as atuais condições físicas da dupla. Com a lesão de Tainá, o time teve suas duas derrotas ao fim do turno. O desempenho no segundo turno dependerá muito dela e da confirmação de um aguardado reforço para o limitado garrafão do time.

Outro virtual favorito, o Sampaio Basquete sofreu com seus desfalques, enquanto aguardava ansiosamente a chegada dos reforços. Portanto, a avaliação do desempenho do time nesse primeiro turno é limitada, porque serão muitas as novidades em quadra daqui em diante. Mas ainda assim já é possível perceber que o time já compreendeu o jeito Virgil de jogar, o que é um passo considerável para as ambições do clube. Até o momento é admirável a dedicação e o esforço do elenco disponível (Débora, as irmãs Érika e Luana Leite, Jeanne, Lee Lisboa e Gil), que se desdobrou para reduzir os danos no turno (3 vitórias, 4 derrotas). No segundo turno, o Tubarão terá um outro time à disposição, com as alas da seleção nacional Tati, Rapha, Ramona mais a americana Karina e ainda se reforçará no garrafão com Nádia Colhado e a americana Kasiyahna Kushkituah. Essas chegadas prometem um returno melhor ao time e muita dificuldade para os adversários.

A maior surpresa da competição no turno foi a presença explosiva e ensolarada da LSB RJ/Sodiê Doces/Mesquita (3 vitórias, 3 derrotas). Com um basquete intenso, veloz e de forte pegada defensiva, o time carioca muito bem armado pelo técnico Raphael Zaremba arregimentou fãs. A cestinha Thayná voltou a ter enorme destaque. E a americana Marquita Daniels caiu como uma luva no time. No final do turno, a equipe perdeu fôlego e se apresentou mal em duas derrotas seguidas fora de casa. Vai ser interessante acompanhar como o time vai se organizar nesse segundo turno, quando já tem seu modo de atuar conhecido pelos adversários. O time precisa ainda melhorar o trabalho com as pivôs, que estiveram muito apagadas nos últimos jogos.

A equipe do Santo André Apaba (2 vitórias e 5 derrotas) fez um turno ruim e se apresentou confuso em quadra. A técnica Arilza organizou um esquema tático que orbita excessivamente ao redor da dupla Ariadna e Jaqueline, as duas maiores cestinhas da história da LBF. Diante do currículo de ambas, parece ser uma decisão acertada. Porém como ambas atravessam momentos menos inspirados, o plano naufragou até agora. Esse excesso de concentração acabou esmaecendo o nível de jogo do bom elenco da equipe. Sassá, Lays, Maria Carolina, Milena, Glenda e Letícia tiveram todas bons momentos na competição, mas faltam solidez, constância e regularidade à equipe que permitam reconhecer ali um time. Parece estranho, mas o melhor momento da equipe foi o jogo de estreia (uma derrota na prorrogação para Itu). Desde então, em quadra o time teve apenas uma vitória (contra Catanduva), tendo sido beneficiado por um WO contra Blumenau.

A equipe do KTO Blumenau é outra que se apresentou melhor na estreia, quando a equipe surpreendeu o Vera Cruz Campinas com um jogo intenso, bastante diferente do padrão apresentado nas participações anteriores na competição. Nas partidas seguinte, o time não alcançou o mesmo nível de atuação e a movimentação do jogo inicial foi se reduzindo e se tornando pouco criativa e muito burocrática. Durante o bloco de jogos iniciais (2 vitórias, 2 derrotas), o maior destaque foi a ala Vitória Marcelino. Quando então o time poderia ser reavaliado, casos de COVID na equipe levaram à perda de dois jogos por WO. Blumenau terá o reforço da pivô Bárbara, mas é difícil prever como responderá a esses acontecimentos e qual Blumenau emergirá no returno.

A equipe do BAX/Catanduva (1 vitória, 6 derrotas) vinha de uma evolução no Paulista, quando se tornou mais evidente a forma de atuar do técnico Cesamar Fernandes. Com poucas opções em seu banco, ainda assim o clube conseguiu atuar com relativo equilíbrio contra os adversários. Com a chegada da armadora Larissa, e a formação de um trio com Natália e Thaissa, todas com passagem pela posição 1, o time ganhou ainda mais velocidade e parecia ter alcançado o ápice na conquista de sua primeira vitória na liga contra a LSB. No entanto, nos jogos seguintes, o time fracassou e encerrou o turno com uma derrota por 30 pontos para Santo André. Por tudo isso também é difícil imaginar o que pode Catanduva no returno, mesmo com a chegada da pivô Bianca.

por Bert – Painel LBF

(14 de maio de 2021)

 







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