Quase não teve ação em quadra, mas muita coisa rolou em 2020

2020 termina e ele certamente não deixará muitas saudades para o fã do basquete feminino.

No começo dele, vivíamos a expectativa de um ano especial pelos dez anos de fundação da Liga de Basquete Feminino. Logomarca comemorativa, ações programadas… Até começamos o campeonato no já tradicional 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e realizamos três partidas. Mas daí ela veio.

A pandemia de covid-19 parou o mundo e nos fez cancelar a temporada. Liga e clubes ainda se reuniram por meses e à distância, para discutir uma possível retomada do campeonato. Inviável.

Já deveríamos ter desconfiado de 2020 um mês antes, em fevereiro, quando a Seleção Brasileira disputou a última etapa do Pré-Olímpico em Bourges, na França. Uma inesperada derrota na estreia, diante de Porto Rico, praticamente pôs fim às chances de uma vaga para Tóquio, sepultadas com os reveses para França e Austrália.

Fica a dica, Fiba: 2020 não valeu e Bourges nunca aconteceu… (Divulgação/FIBA)


Mesmo sem competição, a LBF não ficou parada. Promoveu, em abril, o LBF Academy uma série de paineis online de capacitação para atletas e comissões técnicas, trazendo as experiências de nomes de peso como Magic Paula, Hortência, Janeth e José Neto e abordando temas como gestão de carreira, antidoping, comportamento e liderança.

Em junho, convidou 21 atletas da LBF CAIXA a participarem de um ensaio fotográfico diferente, realizado à distância, em poses intimistas e descontraídas. O “LBF em casa” ajudou a distrair as atletas e levantar a autoestima em um momento de caos.

Ensaio fotográfico “LBF em casa”. Créditos: Marcelo Auge

Mesmo sem campeonato, a Liga não deixou de promover o LBF CAIXA Social, que mobilizou nove equipes para arrecadar quase quatro mil brinquedos e fazer o dia das crianças de 12 entidades assistenciais mais feliz. Destaque para o Santo André/Apaba, que arrecadou mais da metade do total e levou o prêmio neste ano.

Administrativamente, a liga seguiu trabalhando de forma séria. Teve as contas de 2019 aprovadas por unanimidade pelos clubes e conselho fiscal, além de receber as renovações das certificações pela Secretaria Especial do Esporte e da ISO 9001:2015, que desde 2017 atesta a boa governança da entidade capitaneada pelo presidente Ricardo Molina e pelo vice Valter Ferreira.

Mas o momento mais significativo do ano foi o movimento “Levante a Bola Delas”. Um manifesto organizado pelas próprias jogadoras e apoiado pela LBF que aproveitou o dia 26 de agosto, Dia Internacional da Igualdade Feminina, para chamar atenção às disparidades no esporte para o gênero e pedir mais apoio e visibilidade. Craques do presente e do passado estrelaram a ação, que ganhou as páginas das redes sociais e o apoio de celebridades e influenciadores.

Craques se uniram por mais respeito à modalidade (Divulgação)


Apesar da pandemia, a bola ainda subiu em 2020.

Damiris Dantas representou muito bem o país na bolha da WNBA, sendo protagonista do semifinalista Minnesota Lynx e batendo recordes pessoais que lhe valeram um novo contrato e reconhecimento na maior liga do mundo.

Passada a primeira onda de covid-19, os campeonatos europeus voltaram a ser disputados, sem público e com diversas medidas de proteção. Ótima oportunidade para as nossas brasucas brilharem em solos português, espanhol, turco, sueco, búlgaro, como você pode acompanhar com frequência no Painel LBF.

Por aqui a bola também voltou a cair regionalmente. A Sodiê Doces LSB/RJ, que irá representar o Brasil na Liga Sul-Americana em 2021, conquistou o Interclubes que também reuniu Joinville-SC, Guarulhos-SP e Juiz de Fora-MG. Em novembro, Blumenau confirmou sua hegemonia catarinense ao conquistar o décimo título estadual em onze anos. E, em São Paulo, comandado pela estrela Damiris Dantas, o Vera Cruz Campinas assegurou o bicampeonato.


Ânimo renovado para 2021

E a expectativa para 2021 é de dias melhores. A Liga de Basquete Feminino segue prevista para começar em 8 de março, com o anúncio dos clubes participantes um mês antes. No fim de novembro, dezenove equipes de sete estados, mais o Distrito Federal, manifestaram interesse na competição. Já é certo que a competição seguirá tendo a Wilson como fornecedora de material esportivo oficial e a TV Cultura como emissora oficial, transmitindo jogos nas tardes de domingo.

Para o ano que se aproxima, nosso desejo é que a ciência siga avançando para que possamos reviver bons momentos com arquibancadas cheias e o canto das torcidas apaixonadas pelo basquete feminino.

Da família LBF, um Feliz 2021!